Viviane Biondo
Fazer uma picape tão confortável quanto um automóvel. Essa foi a proposta da GM com a quarta geração da Chevrolet El Camino, dos anos 70. A primeira derivou do sedã grande Impala, em 1957. Depois, baseou-se no Chevelle. Da terceira em diante, passou a usar a base do Malibu. Esse clássico sedã americano, aliás, acaba de ser lançado no Brasil.
Equipada com motor 350 V8, a El Camino 1973 realmente parece um carro, segundo seu proprietário, Gerônimo Ardito.
O modelo perdeu potência para se adequar às normas de redução de emissão de poluentes da época e à crise do petróleo: tem 175 cv, 45 cv a menos que a versão do ano anterior.
Mesmo assim, o empresário elogia o desempenho do exemplar, que tem câmbio automático de três marchas com alavanca na coluna de direção. A picape leva três pessoas no banco inteiriço e traz rodas de aro 15. “O carburador quadrijet (de corpo quádruplo e alto desempenho) funciona muito bem no veículo, que é simplesmente perfeito”, elogia Ardito, que passou cinco meses restaurando a picape em uma oficina. “Fiz um mutirão. Desmontei tudo, queria mudar a pintura. Era verde, não combinava com o modelo, que para mim tinha de ser preto ou vermelho”, conta. “Troquei o revestimento preto por um bege.”
O exemplar de Ardito veio dos EUA e a maioria de suas peças é original. “Não precisei trocar nada, exceto os retrovisores. Mas eles são iguais aos de fábrica.” As peças metálicas foram cromadas e a parte elétrica passou por manutenção. “Retirei a carroceria e fiz fotos de todas as etapas. É gostoso acompanhar.”
Segundo Ardito, o modelo desperta a curiosidade das pessoas. “É um misto de carro e picape e, como há poucos, todo o mundo quer saber de onde veio.” A El Camino teve cinco gerações e deixou de ser feito em 1987, pois perdeu espaço para a Chevrolet S10.