Guilherme Waltenberg
O aposentado José Carlos Azambuja, de 67 anos, é prova de que a passagem do tempo e as adversidades não são suficientes para enfraquecer uma paixão. Ele mantém um Mustang GT 1966 branco há exatos 30 anos (completados em maio), e diz que o apreço pelo Ford se renova a cada dia.
Em 1981, o cupê estava parado havia oito anos e o hodômetro indicava só 75 mil milhas (120 mil km) rodadas. Mas o que cativou Azambuja foi o “recheio” do Mustang. Há bancos de couro, ar-condicionado e direção hidráulica. Tudo original.
Ele trocou apenas os pneus e mandou adaptar o sistema de arrefecimento do motor para melhorar a refrigeração do V8 de 4,75 litros e 225 cv – o câmbio é automático de três marchas. Essa originalidade garantiu as placas pretas. A partir daí, o Ford virou seu parceiro do dia a dia. “Só saia com ele. Sou a favor de relacionamentos estáveis”, brinca.
Há dez anos o aposentado teve um problema de saúde que comprometeu o movimento de suas pernas. Novamente o carro ficou parado por oito anos, enquanto seu dono se acostumava ao novo estilo de vida. Em 2009, o Mustang recebeu comandos do freio e do acelerador no volante para poder voltar à ativa sob o comando de Azambuja. “Foi como nascer de novo”, conta, emocionado.
Atualmente ele não sai com o carro todos os dias. “Somente duas vezes por semana, para cuidar dele.” Tal como no livro “A Mulher de 30 Anos”, de Honoré de Balzac, que ressalta as virtudes dessa idade, a relação de Azambuja com o carro não é explosiva, mas tranquila.
Questionado se venderia o Mustang, ele é enfático. “Só se for para um apaixonado. Um modelo como esse não tem preço, tem de ser apreciado.”
Assista aqui ao vídeo deste belo exemplar de um dos modelos mais clássico da Ford.