TEXTO: MARCELO FENERICH
FOTOS: SÉRGIO CASTRO/AE
A Honda Transalp chegou ao Brasil recentemente e, no duelo com uma de suas principais concorrentes, a Kawasaki Versys, já mostrou estar “obsoleta”. O modelo, que surgiu na Espanha em 1987 como uma maxitrail de 600 cm³, encontra-se agora na terceira geração e conta com motor bicilíndrico de 680,2 cm³ e 60 cv. Porém, não é mais produzida pelos espanhóis. Atualmente, só o Brasil e a Itália fabricam a motocicleta.
Com um propulsor bastante parecido (bicilíndrico de 649 cm³ e 64 cv), a Versys, que foi apresentada aqui em julho do ano passado, é mais confortável, ágil e veloz, além de vibrar muito menos. Por causa dessas quatro qualidades, a “veterana” venceu este comparativo.
Desenvolvidas para proporcionar conforto em longas viagens, ou até mesmo em estradas de terra batida, chamam a atenção pelo porte avantajado. Entretanto, como o guidom da Versys é mais alto e o assento, largo, o piloto vai mais ereto. Na Transalp o condutor fica um pouco mais “deitado” sobre o tanque de combustível.
Apesar de ter alguns quilos a mais, a aventureira da Kawasaki, que também é feita em Manaus, apresentou mais leveza em curvas sinuosas, por exemplo. Mas, rodando em piso irregular, a suspensão do modelo da Honda absorve melhor os impactos.
Mesmo grandalhonas, têm respostas rápidas. Oferecem retomada de velocidade plena e ao menor toque do acelerador. Porém, em pistas com mais retas, a Kawasaki abre novamente vantagem.
O ponto negativo da Versys é o câmbio de seis marchas, com engates duros, imprecisos e de curso longo. Com o da Transalp, de cinco velocidades, é preciso mais atenção. Se, por engano, o piloto apoiar o pé esquerdo sobre o pedal, a marcha será alterada, o que causa um certo risco.