LUÍS FELIPE FIGUEIREDO
O Chevrolet Cruze chegou para esquentar a briga entre os sedãs médios. Projeto global desenvolvido na Coreia do Sul, o sucessor do Vectra tem várias vantagens em relação ao seu antecessor. Entre elas está o motor 1.8 16V flexível, de até 144 cv com etanol. Neste comparativo ele encara o Renault Fluence, equipado com o com o 2.0 16V, também flexível, de até 143 cv.
Com a apertada margem de dois pontos, o Renault venceu o duelo. O argentino, aliás, foi escolhido para este embate por ter vencido, no primeiro semestre, um comparativo contra Peugeot 408, Volkswagen Jetta e Toyota Corolla. Além disso, foi eleito pela equipe do JC o melhor sedã médio de 2011.
Tanto o Cruze quanto o Fluence competem em suas versões de topo. A do Chevrolet, modelo feito em São Caetano do Sul (SP), é a LTZ, que vem com o câmbio automático de seis marchas e é tabelada a R$ 78.900. A do Renault é a Privilège com transmissão CVT, a R$ 76.390. Repetindo o que ocorreu das outras vezes, o Fluence vai bem na maioria dos quesitos, sendo o mais equilibrado.
O Cruze agrada a quem tem espírito esportivo. Sua direção, com assistência elétrica, de tão bem acertada parece hidráulica – é comunicativa e dá confiança ao motorista. A do Fluence, também elétrica, é mais artificial e impessoal.
O motor Ecotec proporciona desempenho agradável ao Chevrolet, ajudado pelo câmbio bem escalonado – que não é tão bom no modo manual.
Os números das fábricas evidenciam o que se sente ao volante. Por ser 49 quilos mais leve, o Fluence anda pouco mais e tem aceleração consistente.
O Renault também tem melhor isolamento acústico (no Cruze, o ruído do motor reverbera na cabine) e mais espaço no banco traseiro e porta-malas.
Os dois sedãs têm lista de itens de série amplas. Até os preços de pintura metálica são parecidos: R$ 950 para o Renault e R$ 990 para o Chevrolet.
O Cruze perde em aspectos como a falta do fechamento dos vidros ao travar as portas. O item é oferecido no Fluence, que traz pacote com faróis de xenônio e teto solar a R$ 4.100. Ponto comum aos dois é a falta de esmero no acabamento. Há rebarbas e muito plástico.
O interior do Cruze é moderno e esportivo. Os bancos dianteiros acomodam melhor e a posição de dirigir é superior. Para os de trás a vantagem é do Fluence. O espaço ali é maior e há saída de ar. No Chevrolet os passageiros não têm esse conforto.
O Renault é mais silencioso a bordo e sua suspensão é muito suave. A do Cruze, bem acertada, é mais firme.
Não houve como comparar preços de seguro e peças porque o Cruze ainda não está nas tabelas das seguradoras e concessionárias. Na foto de traseira a versão do Fluence é a Dynamique.