Mais de um ano após receber a notícia do pedido de concordata da Chrysler, o diretor geral da empresa no Brasil, Philip Derderian, já demonstra otimismo em relação ao futuro do grupo e, principalmente, à parceria com a Fiat. Nesta entrevista exclusiva, o executivo, que está à frente da companhia americana desde 2007, fala sobre o que mudou e o que ainda está por vir.
Como foi receber a notícia do pedido de concordata?
Agradável é que não foi. Mas a notícia não veio de uma hora para a outra, foi o desfecho de um processo. Aqui no Brasil, é estranho ouvir que a empresa pediu concordata. Nos EUA, é relativamente normal. Tive de explicar para todos os concessionários daqui a diferença entre parar para abastecer, que foi o que ocorreu com a Chrysler, e fechar as portas.
O que mudou depois que a Fiat assumiu o controle do grupo?
Ainda não mudou muita coisa na prática, mas financeiramente ganhamos oxigênio. E esse namoro entre já era antigo.
Com a nova aliança, quais são as expectativas?
Poderemos atuar em segmentos mais baratos, o que não ocorria na parceria com a Mercedes-Benz. E a Fiat terá acesso ao mercado de utilitários, podendo fabricar modelos como o Dodge Caliber e os Jeep Compass e Patriot na Argentina. A Jeep, aliás, é a menina dos olhos da aliança.
Por que esse interesse na Jeep?
É a marca mais forte e estável do Grupo Chrysler. Hoje os modelos Jeep respondem por 55% das vendas do grupo e a clientela é fiel.
Grand Cherokee, Charger e Challenger estarão no Salão do Automóvel deste ano. E o que mais podemos esperar da Chrysler para até 2012?
Não sei ainda o que teremos, pois nessa época os italianos já serão mais ativos na Chrysler. Mas, de acordo com o nosso planejamento de lançamentos, deveremos ter novidades ou no 300C ou para o PT Cruiser em meados do ano que vem. Já entre 2012 e 2014 gostaria de ter mais opções de modelos a diesel, mas isso depende de uma série de fatores, como o Brasil entrar no padrão Euro 5 de emissões de poluentes. (Michel Escanhola)
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