MICHEL ESCANHOLA
A Mercedes-Benz quer fechar o ano com 7 mil carros vendidos no Brasil, alta de 24% (recorde) ante as 5.300 unidades comercializadas no ano passado. Um dos trunfos para alcançar este objetivo é o S400 Hybrid, que já está à venda, mas só foi apresentado na semana passada, em São Paulo. Para marcar a chegada do primeiro híbrido ao País, Jürgen Ziegler (foto), presidente da filial brasileira da empresa, apareceu. Algo raro. Discreto, o executivo costuma delegar a seus subordinados a participação em coletivas de imprensa. Ele entende a língua portuguesa, mas só responde em alemão ou inglês.
A BMW pretende vender 30% a mais este ano que em 2009. Caso isso se confirme, ultrapassará a Mercedes-Benz no País. O que o senhor acha disso?
Qualquer um pode ter ambição de ser o número um. Em 2009 ficamos à frente da BMW. Este ano estamos, mais ou menos, no mesmo nível. Além de pensar em volumes, temos de prestar atenção na participação de mercado e analisar esse crescimento no futuro. A BMW optou por aumentar seu volume reduzindo os preços, o que resultará num crescimento insustentável. Não queremos isso para a nossa marca.
Por que vender o S400 Hybrid no Brasil, que não tinha carros híbridos. Há público aqui?
Vimos que havia uma oportunidade de mercado. Mas além disso, os híbridos são realidade no exterior. E agora também no Brasil. Em vários países muitos clientes estão migrando para modelos híbridos, que são uma solução para a mobilidade. E virão mais carros como este para o Brasil. Mas vamos dar um passo de cada vez.
O que o podemos esperar da Mercedes para o País?
Muitas coisas. Essa “eletrificação” será usada em vários modelos. Nos Estados Unidos, por exemplo, já há o ML Hybrid.
Então o ML híbrido será vendido aqui?
É uma possibilidade. Como o S400 Hybrid tem o mesmo motor do Classe E 350, podemos também trabalhar com híbridos na Classe E. Mas como eu disse, será um passo de cada vez. Estamos dando muita atenção para esses modelos, afinal representam ganhos significativos na economia de combustível e na redução da emissão de poluentes.
E com os Smart (marca que pertence à Mercedes)? Só o Brazilian Edition terá o start/stop (que desliga o motor quando o carro roda abaixo de 8 km/h)?
Creio que é um começo. Já temos na Europa a versão elétrica do Smart. Agora estamos migrando para as baterias de íons de lítio. Um Smart elétrico pode rodar 150 km sem recarregar as baterias e, para cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, pode ser uma grande solução. Haverá novidades para o Smart.
E como fica a fábrica de Juiz de Fora (MG), que vai parar de montar o CLC?
Decidimos há alguns meses que a fábrica ficaria destinada aos modelos comerciais leves, especialmente caminhões. Isso porque acreditamos no alto crescimento desse segmento para os próximos anos. E estaremos prontos para isso.