Comprar um veículo usado requer cuidados especiais. Não basta apenas chegar na loja e escolher entre as cores e configurações disponíveis em estoque, como ocorre com os modelos zero-km. Segundo lojistas e especialistas, assim como todo tipo de negócio, é preciso que essa aquisição seja feita com calma. Uma pesquisa de preços antes de tomar a decisão é fundamental, para que o consumidor tenha noção dos valores cobrados no mercado.
Ao mesmo tempo, se o vendedor anunciar um carro com um preço bem menor do que o cobrado pelo mercado, isso pode significar problemas ou quilometragem elevada. O Procon sugere verificar se o veículo não foi furtado ou tem multas pendentes – basta digitar o número do Renavam consultando o sitewww.detran.sp.gov.br. Outro ponto é o seguro. Vale lembrar que, quanto mais velho for o veículo, mais difícil é encontrar alguma companhia que faça a cobertura, já que as peças ficam mais caras e é alto o risco de furto.
DE OLHO NOS DOCUMENTOS
O comprador precisa estar certo de que toda a documentação do automóvel que quer comprar esteja em ordem e paga. Caso contrário, deve usar isso para abater do valor do veículo antes de fechar negócio. Mas quem quiser sair da loja com a documentação do carro em dia deve pedir o Certificado de Registro da compra. Esse documento deve ser preenchido, datado e autenticado em cartório. E os originais do comprovante de pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e do seguro obrigatório (DPVAT) têm de ser apresentados pelo vendedor.
TESTE O CARRO E GUARDE DINHEIRO
Antes de escolher seu carro, peça para dirigi-lo. É de graça. Se o vendedor não permitir o test drive, desconfie. Nada melhor do que ver, na prática, se aquele modelo é mesmo o que você espera, se tem suspensão rígida ou molenga, ou se está cheio de barulhos (mas isso não substitui a visita ao mecânico). Vale prestar bastante atenção também nas finanças: além do valor das parcelas, é preciso colocar na conta os custos com a utilização do carro no cotidiano. Isso pode fazer você olhar com outros olhos o tipo de motor, por exemplo: se ele é flexível, se é 1.0, 1.6 ou 2.0… Não se esqueça de adicionar os gastos com impostos, licenciamento e estacionamento.
OPTE POR LUGARES CONHECIDOS
Quando for comprar de particular, só o faça se conhecer o vendedor. No caso das lojas, dê preferência às conceituadas. Assim, caso haja algum problema com o veículo, ficará mais fácil cobrar seus direitos. É mais do que recomendável levar o carro a um mecânico para avaliação dos consertos necessários. Dependendo do parecer desse especialista, não vale a pena comprar. Muitos dos “velhinhos” já saíram de linha ou o modelo passou depois por mudanças profundas, o que pode dificultar a substituição de peças. Consultores de mercado recomendam evitar carros que tenham suas características de fábrica alteradas, pois quanto mais original, mais fácil de revender o veículo será.
É, DE FATO, O QUE VOCÊ PRECISA?
Parece óbvio, mas é essencial comprar um carro que atenda às suas necessidades. Já pensou encostar sua mais nova aquisição na garagem e ver que na hora de guardá-la o assoalho raspa na calçada ou ele é alto demais ? Ou que toda a bagagem extra por conta do bebê recém-nascido, por exemplo, não cabe no porta-malas? Para fazer sua escolha, considerar dados como o consumo de combustível pode significar uma boa economia no futuro, pois motor ‘beberrão’ pesa no bolso, além de poluir mais o meio ambiente.