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Diferenças dos níveis de blindagem
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Diferenças dos níveis de blindagem

Consagrada como padrão no mercado brasileiro, a blindagem nível 3A suporta até disparos de pistolas 9 mm e parte de cerca de R$ 50 mil. A 1 sai por R$ 20 mil e aguenta tiros de revólveres calibres 22 e 38

11 de mai, 2011 · 7 minutos de leitura.

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 Diferenças dos níveis de blindagem

Texto: Tião Oliveria
Foto: Divulgação


Acima, blindagem nível 3A, que inclui instalação de aço balístico (material mais claro)

As vendas de veículos blindados estão em alta. Dados da Abrablin, que reúne empresas do setor, apontam crescimento de 8% em 2010 ante 2009, quando 6.900 carros receberam a proteção extra. Esses números são de blindagens nível 3A, que se tornaram padrão no Brasil e custam, em média, R$ 50 mil. Há ainda as de nível 1, que têm preço médio de R$ 20 mil. Segundo especialistas, esse é um tipo de compra em que o preço não pode ser determinante.

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“Quem tem um veículo com blindagem nível 1 não está protegido”, diz Roberto Godoy, jornalista do Estadão especializado em assuntos militares. De acordo com ele, a blindagem deve suportar disparos de pistolas .40 e 9mm, além de estilhaços de granada, como a nível 3A. “Nas ruas, os bandidos não usam revólveres 38”, afirma Godoy, em referência à proteção da nível 1.

“Imagine se, com a tensão durante uma abordagem, o motorista vai conseguir identificar esse ou aquele tipo de armamento”, diz Rafael Barbero, diretor da Avallon, a maior blindadora do País. “Nessa hora, se não for nível 3A o risco de um desfecho complicado será muito maior.”

A Du Pont, que vende o sistema de blindagem Armura, utiliza dados divulgados em 2006 e compilados do relatório da CPI das armas para embasar a opção pelo nível 1. Os kits com painéis de Kevlar pré-moldados são instalados em blindadoras credenciadas. “O instalador emite um termo no qual descreve todas as áreas blindadas”, diz Guadalupe Franzosi, gerente da Armura. “O peso não chega a 90 quilos, o que reduz o desgaste do veículo e os custos de manutenção.”


Barbero argumenta que, graças às novas tecnologias, a blindagem nível 3A também está mais leve. “Isso sem comprometer a proteção.” Ele cita o caso dos vidros. “Trabalhamos com os da AGP, que têm 17 mm, ante os 25 mm dos convencionais.”

Outra vantagem desse “emagrecimento” foi a redução do consumo de combustível. “Consequentemente, o nível de emissões de poluentes diminuiu muito.” O executivo diz que a dirigibilidade também melhorou. “Hoje, o comportamento de um carro blindado é muito parecido com o de outro sem a proteção.”

Esse aspecto é salientado também por Ademar Sosa, gerente de operações da Cepa Safe Drive, multinacional da área de segurança viária que atua em diversos países. “É importante que quem guia um blindado tenha noções de direção defensiva.”


O especialista conta que o foco do treinamento é mais preventivo do que evasivo. “Não adianta estar a bordo de um carro protegido e descuidar da atenção. Se for abordado em um posto de gasolina ou com o vidro aberto, por exemplo, esse motorista estará tão vulnerável quanto qualquer outro.”

Sobre qual é o nível de blindagem mais seguro, Sosa é taxativo. “O padrão brasileiro, 3A, é o mesmo adotado em outros grandes centros urbanos com histórico de violência, como a Cidade do México e Bogotá, que têm mais blindados do que São Paulo. Não conheço ninguém que tenha um carro com blindagem nível 1.”

Diferenças
Para Christian Conde, presidente da Abrablin, o mais importante é que o consumidor saiba o que está levando. “Isso tem de estar muito claro, porque nem todo cliente tem conhecimento técnico do assunto.” Ele diz que os números da Armura não entram na conta da entidade porque a Du Pont não é uma blindadora. “São kits instalados por terceiros.”


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Carros elétricos estimulam busca por fontes de energia renovável

Energia fornecida pelo sol e pelos ventos é uma solução viável para abastecer veículos modernos

19 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

eletromobilidade é uma realidade na indústria automotiva e o crescimento da frota de carros movidos a bateria traz à tona um tema importante: a necessidade de gerar energia elétrica em alta escala por meio de fontes limpas e renováveis. 

“A mobilidade elétrica é uma alternativa para melhorar a eficiência energética no transporte e para a integração com as energias renováveis”, afirma Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

O Brasil é privilegiado em termos de abundância de fontes renováveis, como, por exemplo, a energia solar e a eólica. “É uma boa notícia para a transição energética, quando se trata da expansão de infraestrutura de recarga para veículos elétricos”, diz o professor. 

Impacto pequeno

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil tem condições de mudar sua matriz energética – o conjunto de fontes de energia disponíveis – até 2029. Isso reduziria a dependência de hidrelétricas e aumentaria a participação das fontes eólicas e solar.

Mesmo assim, numa projeção de que os veículos elétricos poderão representar entre 4% e 10% da frota brasileira em 2030, estudos da CPFL Energia preveem que o acréscimo no consumo de energia ficaria entre 0,6% e 1,6%. Ou seja: os impactos seriam insignificantes. Não precisaríamos de novos investimentos para atender à demanda.

Entretanto, a chegada dos veículos elétricos torna plenamente viável a sinergia com outras fontes renováveis, disponíveis em abundância no País. “As energias solar e eólica são intermitentes e geram energia de forma uniforme ao longo do dia”, diz o professor. “A eletromobilidade abre uma perspectiva interessante nessa discussão.”

Incentivo à energia eólica

Um bom exemplo vem do Texas (Estados Unidos), onde a concessionária de energia criou uma rede de estações de recarga para veículos elétricos alimentada por usinas eólicas. O consumidor paga um valor mensal de US$ 4 para ter acesso ilimitado aos 800 pontos da rede. 

Segundo Delatore, painéis fotovoltaicos podem, inclusive, ser instalados diretamente nos locais onde estão os pontos de recarga

“A eletrificação da frota brasileira deveria ser incentivada, por causa das fontes limpas e renováveis existentes no País. Cerca de 60% da eletricidade nacional vem das hidrelétricas, ao passo que, na Região Nordeste, 89% da energia tem origem eólica.”

Híbridos no contexto

Contudo, a utilização de fontes renováveis não se restringe aos carros 100% elétricos. Os modelos híbridos também se enquadram nesse cenário. 

Um estudo do periódico científico Energy for Sustainable Development fala das vantagens dos híbridos, ao afirmar que suas emissões de gases de efeito estufa são inferiores às do veículo puramente elétrico.

“Os veículos híbridos possuem baterias menores, com proporcional redução das emissões de poluentes. Essas baterias reduzem o impacto ambiental da mineração dos componentes necessários à sua fabricação. Os resultados demonstram que a associação de baterias de veículo que usam biocombustíveis tem efeito sinérgico mais positivo”, conclui o documento.