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As prestações apertaram. E agora?
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As prestações apertaram. E agora?

A inadimplência está em alta no Brasil ? o número de consumidores com parcelas em atraso cresceu 21,9% na primeira quinzena de julho em relação ao mesmo período de 2010. Um dos fatores que geram forte impacto nesse índice é o financiamento de veículos

27 de jul, 2011 · 5 minutos de leitura.

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 As prestações apertaram. E agora?

A inadimplência está em alta no Brasil – o número de consumidores com parcelas em atraso cresceu 21,9% na primeira quinzena de julho em relação ao mesmo período de 2010. Um dos fatores que geram forte impacto nesse índice é o financiamento de veículos. “O ideal é procurar a financeira antes de atrasar para continuar com o bem e não cair nos juros altos”, afirma o professor de finanças da FGV-SP, Samy Dana.

A saída mais comum é apelar para o refinanciamento do saldo devedor com prestações mais baixas e prazos mais longos. “Essa é uma solução para quem não tem condição de continuar pagando o valor das parcelas”, diz a coordenadora da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci. “Se for uma situação pontual, vale negociar com a empresa, pois o refinanciamento implica em um novo contrato e mais taxas.”

Em uma simulação feita pelo vice-presidente da Ordem dos Economistas do Brasil (OEB), José Dutra Vieira Sobrinho, o financiamento de R$ 25 mil em 48 parcelas com taxa de 2% ao mês gera prestações de R$ 815,04.

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Se após 24 meses, o saldo devedor de R$ 15.416 for refinanciado em mais 48 vezes, as parcelas cairão para R$ 503, mas o valor total sobe para R$ 24.144. “É quase o total financiado, sem contar os 24 meses que já haviam sido pagos. E isso se o juros forem mantidos, pois eles podem subir”, alerta o economista. “Em alguns casos não compensa. É melhor tentar se livrar da dívida.”

Outra alternativa é trocar a financeira ou o banco por instituições que ofereçam juros menores e prazos mais adequados. É a chamada portabilidade de crédito – assim como ocorre com as operadoras de telefonia celular. “É possível transferir a dívida do banco ‘A’ para o ‘B’, por exemplo, se este oferecer condições melhores”, diz Dana.

Dinheiro na mão
Dá para transformar o automóvel, mesmo alienado, em dinheiro. Trata-se do autofinanciamento, empréstimo que usa o veículo como garantia. Não é necessário avalista nem fiador e o contratante continua com o bem. Mas, em caso de atraso, o carro pode ser apreendido.


“É uma opção para quem precisa de dinheiro para cobrir outras contas”, diz Dutra. “Como o carro é a garantia, os juros são menores que os do crédito pessoal e, principalmente, do cheque especial e cartão de crédito.”

As empresas emprestam até 90% do valor médio do veículo, que é dividido em até 60 meses, com juros pré ou pós fixados.

“É preciso ficar atento às taxas e multas e optar por contratos amigáveis”, diz o consultor de finanças Marcos Crivelaro. “A maioria só presta atenção nesses fatores quando precisa renegociar. Geralmente, é tarde demais”, alerta.


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”