Rafaela Borges
O subcompacto Chery que chega em breve às lojas será o carro mais barato do Brasil. Trata-se do chinês QQ, que estreia no mês que vem por R$ 22.990, valor R$ 230 menor que o do atual detentor do título, o Fiat Mille duas-portas.
Enquanto o modelo nacional vem “pelado”, o asiático traz de fábrica o recheio básico de seus irmãos à venda aqui: ar-condicionado, direção hidráulica, freios ABS, air bags frontais e por aí vai. E sua carroceria é de quatro portas.
O comportamento do carrinho chinês surpreende. Como pesa apenas 890 kg, parece que tem motor mais eficiente que o 1.1 a gasolina que gera só 68 cv. Como comparação, o 1.0 flexível do Gol G5 produz 76 cv com etanol. E o Volkswagen tem oito válvulas, ante as 16 do do QQ.
O Chery não perde fôlego em subidas e embala rápido. Nas retomadas, não é preciso fazer muitas reduções no câmbio manual, que tem cinco velocidades. O engates são um pouco ruidosos e os motoristas mais afoitos podem ter dificuldade de engatar uma ou outra marcha. Mas isso não incomoda muito.
Então, tudo é festa com esse pequeno chinês? Nem tanto. Há aspectos negativos que podem incomodar o consumidor. A começar pelo insuportável ruído do motor a partir das 2.500 rpm. É de enlouquecer. E o propulsor começa a reverberar na cabine logo que se dá a partida.
Nas cinco unidades disponíveis para avaliação havia várias peças mal encaixadas tanto por dentro quanto por fora. Em todas, o espaço entre a tampa do capô e o para-choque era muito maior do lado direito do que do esquerdo. E atrás do volante, à direita, há uma rebarba que pode ferir os dedos do motorista.
O QQ é essencialmente urbano. Por ser 14 cm menor que Fiat Mille, é fácil de estacionar em vagas apertadas. No banco de trás, cabem dois adultos, que ficarão com as pernas apertadas se tiverem mais de 1,65 metro de altura.
Não dá para entrar com “sede” em curvas. As rodas de 13” e o centro de gravidade alto fazem a carroceria inclinar muito.