TEXTO: TIÃO OLIVEIRA
FOTOS: AUDI/DIVULGAÇÃO
Gavião Peixoto (SP) – “Troca com 8 mil, troca com 8 mil”. Por causa do capacete e do ruído do ar passando pela carroceria, os gritos do piloto de testes André Nicastro, sentado no banco do carona, parecem sussurros dentro do R8 GT, que está a mais de 250 km/h na pista da Embraer. O enorme conta-giros do Audi marca 7.800 rpm e continua subindo, quando, ao chegar ao número mágico, um toque na aleta do volante faz o câmbio engatar a quinta marcha. Mais alguns segundos e, em sexta, chegamos ao fim da reta a 324,532 km/h.
A experiência serve para mostrar do que a versão ainda mais venenosa do Audi é capaz. Feita em edição limitada a 333 unidades, o R8 GT vai de 0 a 100 km/h em menos de 4 segundos e é tabelado em R$ 1 milhão. Caro? Pois os três carros destinados ao Brasil já foram vendidos.
Segundo o presidente da marca no País, Paulo Kakinoff, este é o Audi de rua mais rápido da história. Além de ter 35 cv a mais que o R8 “normal”, o GT é 100 quilos mais leve.
A preocupação com o peso foi levada ao extremo. Tanto que a explicação para o tom fosco da carroceria é que o verniz acrescentaria 1 quilo ao carro.
Outras providências para “emagrecer” o GT foram a utilização de muito alumínio e fibra de carbono. Até o para-brisa é mais fino que o do R8 V10.
O visual lembra o do modelo que participa da Le Mans Series. Aliás, o R8 GT é mais potente que o carro de corrida, cujo acerto do motor é feito para provas longas.
Atrás, chamam a atenção o aerofólio fixo feito, o para-choque redesenhado e as duas grandes saídas de escapamento.
As rodas, com desenho exclusivo, são de 19 polegadas. Atrás, os pneus são 305/30 ZR e, na frente, 235/35 ZR. O sistema de freios, com pinças vermelhas, inclui discos de cerâmica.
Como não dá para andar por aí a 300 km/h, o R8 GT tem soluções pensadas para o uso no dia a dia. É o caso, por exemplo, do revestimento de Alcântara (bancos e volante), do ar-condicionado automático, do navegador GPS e do som Bang & Olufsen.