LUÍS FELIPE FIGUEIREDO
Nem todo mundo considera a relação peso-potência na hora de comprar um carro, mas ela pode interferir diretamente no prazer e na segurança que o veículo proporcionará ao ser guiado. A conta é simples: basta dividir o peso do veículo pela potência (cv) máxima de seu motor. Os dados podem ser encontrados no manual do proprietário. Quanto menor o resultado, melhor será o desempenho. O Chevrolet Corvette ZR-1, por exemplo, cujo V8 6.2 gera 650 cv, tem 2,33 kg/cv.
Em carros com motor 1.0, como Fiat Uno e Chevrolet Celta, esse número é de, respectivamente, 12,2 e 11,5 kg/cv.
“Considero adequada a relação entre 8 kg/cv e 10 kg/cv”, afirma o professor de engenharia mecânica da FEI Ricardo Bock. “Será o suficiente para o motorista conseguir bom rendimento na cidade e fazer ultrapassagens seguras na estrada”, diz. Ele salienta que é preciso levar em conta o uso do carro, se para família carga. “O peso total influencia.”
Segundo cálculos do técnico automobilístico Bob Sharp, “ para um bom 0 a 100, como 8 segundos, o carro deve ter relação entre 7 e 7,5 kg/cv. Isso possibilitará chegar a ao menos 220 km/h se tiver um Cx (coeficiente aerodinâmico) menor que 0,32 e área frontal ao redor de 2 m².” Bock diz que, de forma geral, rodando a uma velocidade constante o veículo precisa de pouca força do motor. “A 100 km/h, por exemplo, em uma estrada plana e com veículos de peso idêntico, não importa tanto ter 70 cv ou 300 cv. O gasto de potência será baixo”, explica. “A diferença está na reserva disponível para uma ultrapassagem.”
Há quem prefira menos, como o engenheiro de materiais Fernando Pan. “Uns 50 cv, como os primeiros 1.0, é o suficiente. O carro faz de tudo, basta usar bem o câmbio.”