MILENE RIOS
O conceito que rege o Aventador é o baixo peso. Enquanto a maioria dos veículos nasce de bobinas de aço, esse Lamborghini surge de um rolo de fibra de carbono. A marca italiana foi a primeira a investir na fabricação em série de carros feitos desse material, que está no monobloco integral, que pesa apenas 147,5 kg.
O processo, de tão artesanal, limita a produção. São somente três unidades por dia. Como comparação, montadoras como Fiat e Volks fabricam cerca de 3 mil carros (cada) no País diariamente.
Quem fizer a encomenda agora terá de esperar 12 meses para ter seu Aventador na garagem. E a marca não tem pressa. Cada estação de trabalho tem duas horas para concluir sua respectiva tarefa. As áreas de acabamento, pintura e teste exigem duas semanas cada.
Tanto cuidado justifica que 90% dos 850 funcionários da fábrica sejam mulheres. Elas estão em toda a linha de montagem que agora corre automaticamente – antes do Aventador os carros eram empurrados manualmente.
O novo touro ainda nem chegou às ruas e os desenhistas já trabalham nos acertos do próximo Lamborghini: o Sesto Elemento. Em série limitada a 20 unidades, ele será o primeiro carro da marca com estrutura 100% de fibra de carbono. E um dos poucos cujo batismo não foi inspirado em bovinos – a referência é a posição do carbono na tabela periódica.
Mas isso não significa que a tradição será quebrada. Na sala de criação da empresa, uma coleção com dez enciclopédias repletas de nomes de touros está à disposição para consultas.