THIAGO LASCO
Trinta anos é o tempo de uma vida. Amizades que duram tanto são raras e, por isso mesmo, muito especiais. Conversamos com três leitores que acompanham o JC desde o começo. Confira as histórias desse trio e como o caderno faz parte de suas vidas.
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O engenheiro Túlio Parodi (de cavanhaque), de 44 anos, começou a ler o suplemento em 1982, logo após o lançamento. Aos 14 anos, ele já gostava de carros e tentava convencer a família a ensiná-lo a dirigir, o que só aconteceu dois anos depois. “O JC ajudou a estimular meu gosto pela leitura”, diz.
O instrutor de trânsito Newton Ciceri, de 57 anos, diz que o JC animava a hora do café na empresa em que ele trabalhava. “Quando chegava a quarta-feira, eu e meus colegas fazíamos uma rodinha na minha sala, para saber quanto o carro de cada um estava valendo”, conta.
O tradutor Eduardo Tamura é leitor do caderno desde os 13 anos de idade. Ele conta que, quando era garoto, desenhava seus modelos favoritos, como o Ford Escort XR3. “Era uma época muito apaixonada”, afirma o fã de veículos, atualmente com 40 anos. “Com meu primeiro carro, um Fusca 1600, eu tinha uma relação afetiva, como se ele fosse um cachorro.”
Já Parodi preferia desenhar picapes e sonhava em ter uma com cabine dupla. “A Souza Ramos fazia a F-1000 e a Brasinca, a D10. Fui realizar o sonho três anos atrás, quando comprei uma S10, a Margarida.”
Isso mesmo: o engenheiro costuma dar nomes a seus carros. “O Gabriel, um Opala 1972, seis-cilindros, roxo, era o capeta! Agora comprei a Valentina, uma Vespa 1988 que rodou só 3.400 km.”
Parceria
Na hora de fechar negócio, aliás, o JC marca presença. “Uma vez eu li uma reportagem sobre o VW Polo e acabei comprando o carro”, diz Ciceri.
Para Tamura e Parodi, o que influencia a decisão são as cartas de outros leitores. “Essa é a primeira seção que eu leio. A forma como a montadora responde às reclamações pesa muito. Já desisti de modelos por causa disso”, diz Tamura.
“O tapete vermelho do primeiro atendimento não é estendido no reparo. As cartas são um bom termômetro para avaliar o pós-venda”, completa Parodi.
Cada um destaca alguma edição marcante nesses 30 anos. Newton cita uma reportagem sobre a Autolatina, união entre VW e Ford. Para Tamura, inesquecível foi a despedida do Fusca. “Tinha uma página preta escrito ‘Para sempre’. Foi histórica.”
Ficaram na memória de Parodi as que mostraram o Fiat 147 a álcool e a última geração do Opala Diplomata. “São ciclos que começam e terminam.”
Apesar do tom saudosista, Tamura conta que prefere os dias atuais, pois os lançamentos internacionais demoram menos para chegar ao Brasil. Para ele, o JC só melhorou com os anos. “Evoluiu com o mercado”, diz.