GUILHERME WALTENBERG
A nova Traxx Fly 135 acaba de chegar ao mercado com motor de maior que o de sua predecessora, Fly 125. Esta é uma das poucas novidades do modelo, cujo maior atrativo continua sendo o preço. Trata-se da moto mais em conta do segmento. A versão off-road é tabelada a R$ 5.499 e a urbana, a R$ 5.599.
O propulsor monocilíndrico de 133 cm³ que gera 13,1 cv de potência a 8.500 rpm e 0,96 mkgf de torque a 6.500 giros é o mesmo nas duas configurações. Avaliamos a fora de estrada.
Subir na Traxx é uma verdadeira sessão de ginástica para quem tem menos de 1,8 metro, já que o assento fica a 1,33 metro do chão. Os pedais são altos e o guidom, muito reclinado para trás, cria uma sensação de desconforto. Além disso, o assento é estreito e não é fácil encontrar a posição ideal de pilotar.
O desenho da Fly 135 é arrojado. Em contrapartida, a motocicleta peca por ter materiais frágeis na estrutura. O suporte do farol, por exemplo, é de plástico e o para-lama muito pequeno para a prática do off-road.
Isso levou a fabricante a colocar um para-barro de borracha na parte anterior da peça. O tanque é de plástico poroso e na unidade avaliada, as peças da carenagem apresentavam rebarbas. Aliás, há defeitos (em forma de dentes) até na chave de boca do kit de ferramentas.
A Fly aventureira é equipada com pneus de uso misto, montadas em rodas de 18” atrás e 21” na frente. Já na versão urbana, as medidas são de 19” e 17”, respectivamente.
Tal como no modelo “antigo”, ao serem acionadas as luzes de seta emitem um apito semelhante ao produzido por caminhões para avisar sobre manobras em marcha à ré. É possível pedir a desativação do sistema nas concessionárias da marca.
Rodando
Ganhar velocidade não é uma missão simples nessa moto, pois o torque é baixo e seu peso de 133 quilos é o mais alto da categoria. Já no trânsito urbano, quando se mantém a rotação baixa a maior parte do tempo, a agilidade agrada.
A até a 80 km/h, a Fly 135 é silenciosa e responde bem aos comandos do acelerador. O problema surge acima dessa velocidade, quando o nível de vibração do motor aumenta e os retrovisores são empurrados para baixo pela ação do vento.
O desempenho em curvas é bom. É fácil domá-la em inclinações. A transmissão também agrada. Avançar e retroceder marchas é tarefa simples e o pedal traseiro permite que as trocas sejam feitas pressionando o calcanhar. Achar o neutro, contudo, são outros quinhentos.