LUÍS FELIPE FIGUEIREDO
O Cruze, que chega às autorizadas Chevrolet por R$ 78.900, no caso da versão de topo, LTZ, tem uma missão árdua. Com o novo sedã a marca pretende resgatar os bons tempos do Monza, líder de seu segmento no País nos anos 80, e do Vectra de segunda geração, três-volumes mais vendido por aqui no fim dos anos 90.
Se dependesse só do conjunto mecânico e dos itens de série, a tarefa até que seria fácil. O novo motor 1.8 16V Ecotec lhe dá bom desempenho, tem funcionamento suave e gosta de girar alto. Flexível, gera até 144 cv e tem fôlego em baixa, graças à variação do comando de válvulas e do coletor de admissão.
O câmbio automático de seis marchas (a opção LTZ não tem caixa manual) adapta-se ao estilo de condução. Também possui opção de trocas sequenciais. A suspensão, independente tipo McPherson na dianteira e por eixo de torção na traseira, tem acerto primoroso. Ela filtra bem as imperfeições do piso sem isolar demais o motorista, o que garante esportividade.
A assistência elétrica da direção também está na medida. É comunicativa, precisa em alta velocidade e leve em manobras. De série o Cruze mais luxuoso traz seis air bags, sensor de obstáculos na traseira e sistema multimídia. Há navegador GPS integrado ao painel com tela de 7 polegadas, entre outros itens.
O que dificultará a empreitada do Cruze são aspectos inerentes ao seu projeto e detalhes de acabamento. Desenvolvido na Coreia do Sul para ser vendido em todo o mundo, ele recebeu adaptações para o Brasil. Mas alguns traços originais permaneceram.
Caso do ajuste do encosto dos bancos por alavanca. Ela fica escondida pela fivela do cinto de segurança e tem acesso difícil. O plástico do painel é duro, ao contrário do utilizado no Vectra, e passa impressão de qualidade inferior. No carro avaliado havia rebarbas, como na abertura do botão de partida e na tampa do porta-objetos do painel.
O assento traseiro é fino, o que poderá incomodar passageiros em viagens longas. O revestimento de couro dos bancos tem tonalidades e texturas diferentes no centro e nas bordas.
São traços que não se encontram em rivais como Corolla e Civic. Assim como o estepe, que no Chevrolet é de uso temporário (mais fino). Toyota e Honda oferecem conjunto sobressalente igual ao de rodagem.