TEXTO: DIEGO ORTIZ
FOTOS: SÉRGIO CASTRO/AE
Quem diz que tamanho não é documento nunca dirigiu a Dodge Ram 1500 Sport. Ao avaliar o modelo pelas ruas da capital, bastava acionar a seta para indicar a direção e acelerar e todos os carros ao redor abriam passagem, sem exceção. Tanto respeito se deve às dimensões da picape mexicana. São 5,78 metros de comprimento e 2,01 metros de largura distribuídos em 2.492 quilos de pura robustez.
Mas na hora de dirigir a agressividade da Dodge Ram 1500 não passa de impressão. Sim, ela tem um vigoroso motor Hemi 5.7 V8 16V que gera 395 cv e 56,2 mkgf de torque, mas a docilidade que esse “trambolhão” passa ao motorista é o que mais chama a atenção.
A direção é leve e extremamente precisa. A sensação é a de guiar um hatch compacto.
O trabalho da suspensão também é perfeito. Talvez até devido ao peso, a Ram é bem colada ao chão e não pula ao passar por ondulações no asfalto, como ocorre com algumas picapes médias, por exemplo.
Outro aspecto que impressiona na Ram 1500 é o espaço interno. Motorista e passageiro podem até tentar, mas não vão encostar a perna em nada, e os ocupantes do banco de trás ficam instalados tão confortavelmente quanto em uma classe executiva de avião.
A lista de equipamentos é bem ampla e oferece o que um veículo destes deve ter: ar-condicionado digital, air bags, computador de bordo, trio elétrico, teto solar, bancos com ventilação, volante e bancos com ajustes de altura e profundidade, câmera de ré com tela central, pedais com ajustes elétricos e volante aquecido.
Além desses itens, a importadora independente que oferece essa unidade no Brasil – por R$ 265 mil – adesivou as rodas de preto fosco (deixou filetes cromados) e com uma imitação de fibra de carbono no capô, retrovisores, coluna das portas e em detalhes no painel. O visual, que já era imponente, ficou ainda mais radical.
IMPRESSÕES
A Ram 1500 Sport não é um carro nervosinho, que pede o tempo todo para ser acelerado. Mas basta pisar no pedal “da alegria” para acordar a força bruta do Hemi e seus mais de 56 mkgf de torque.
A picape vai acelerando rápido e dá até um frio na espinha pensar, enquanto ela dispara, em seu peso. Ao chegar à marca dos 100 km/h, máxima permitida na rodovia onde foi feita a avaliação, o bom senso entrou em ação antes dos freios ABS. Mas dava para chegar, sem esforço até os 200 km/h.
O trabalho do câmbio automático de cinco velocidades agrada. Não tem a mesma suavidade de transmissões mais modernas, como as de dupla embreagem, mas troca as marchas com certa rapidez e não compromete o desempenho. Até porque a Ram está longe de ser um carro esportivo.
A suspensão também agrada. Ela deixa o utilitário firme no chão e ao mesmo tempo não compromete o conforto. Não foi possível avaliar a tração 4×4, mas pela robustez do motor e a qualidade de construção da suspensão, dá para supor que essa picape deve até subir paredes.
A estabilidade é excelente, mas por conta da imensa massa, a rolagem da carroceria é grande. Isso não chega a incomodar tanto o motorista, que está “preso” ao volante, mas os passageiros do banco traseiro dão aquela sambadinha de um lado para o outro em curvas mais fechadas ou feitas em velocidades altas.
A escolha dos pneus Wrangler da Goodyear foi acertada. Eles mantêm um bom contato com o solo mesmo sem serem muito moles e “dobram” na medida certa nas curvas intrépidas.
A direção é bastante precisa e os ajustes de pedais, volante e banco permitem achar a melhor posição de dirigir com facilidade. No resto da ergonomia, o aspecto que mais atrapalha é o tamanho da Ram 1500. Por mais que a Dodge tenha tentado colocar tudo à mão do motorista, alcançar alguns controles requer um certo alongamento.
Em termos de segurança, o modelo é bem equipado e oferece air bags frontais, laterais e do tipo cortina. Embora numa colisão, a não ser que seja em um caminhão ou ônibus, o mais prejudicado dificilmente será o ocupante da Ram.