DIEGO ORTIZ
Turbo, injeção direta de combustível e apenas três cilindros. Essas são as principais características do 1.0 EcoBoost, motor desenvolvido pela Ford. A novidade, que faz estreia no Focus europeu, é o primeiro até 1 litro com essa combinação de tecnologias, que permite reduzir o peso e baixar consideravelmente as emissões de poluentes.
Em 2014 esse propulsor será feito também na fábrica que a Ford vai erguer em Camaçari, na Bahia, para equipar o Fiesta e, possivelmente, a nova geração do Ka, em uma versão de 100 cv. O do Focus europeu gera 125 cv de potência e 20,4 mkgf de torque, bem mais que o moderno 1.6 Sigma do Fiesta mexicano, que rende 110 cv. Mesmo com potência superior, os níveis de consumo e emissões são ótimos, com 20 km/l e 114 g/km, respectivamente.
A tendência de motores com injeção direta e turbo começou com a Mitsubishi, em 1996. A marca não prosseguiu com a tecnologia, que passou a ser usada em larga escala com o Grupo Volkswagen nos anos 2000. Ford e Fiat investiram nessa solução para motores de baixa litragem.
Eis o segredo: o turbocompressor comprime o ar antes de ser admitido pelo motor, e joga um fluxo maior para dentro dos cilindros. Nesse momento, entra a injeção direta de combustível, que é mais precisa e espirra os jatos de combustível diretamente na região das velas de ignição, como nos motores a diesel, o que melhora a queima.
Isso já geraria um ganho de potência significativo e melhora ainda mais nos motores de três cilindros. Isso porque os pistões trabalham rápido aumentando a quantidade de explosões na câmara de combustão. É esse conjunto que torna o 1.0 EcoBoost da Ford tão eficiente.
A marca norte-americana vinha apostando no quatro-cilindros 1.6 de 160 cv a 180 cv, potência maior que boa parte dos 2.0 disponíveis no mercado. Com o 1.0 feito em Saarlouis, na Alemanha, a Ford está promovendo uma revolução.
Na Fiat, o sistema é semelhante, mas há uma série de válvulas que são ligadas e desligadas pela rotação do virabrequim para melhorar potência e consumo.