DIEGO ORTIZ
Visibilidade reduzida pela chuva torrencial e o alcance do facho do farol prejudicado pelos violentos golpes d’água no para-brisa. A cena, comum em temporais, é de deixar qualquer motorista tenso, inclusive os mais experientes. Mas o dr. Srinivasa Narasimhan, que coordena um grupo de engenheiros da Universidade Carnegie Mellon, na Pensilvânia (EUA), promete amenizar essa situação com a ajuda de um farol inteligente.
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O sistema utiliza uma câmera para rastrear o movimento das gotas de chuva, ou dos flocos de neve. As imagens são analisadas continuamente por um algoritmo que prevê onde cada uma cairá milissegundos mais tarde.
O dispositivo então ajusta-se rapidamente em resposta a esses cálculos, desativando os feixes de luz que incidiriam sobre as partículas de água ou gelo. Isso reduz o efeito visual da intempérie. “Se você estiver dirigindo sob uma tempestade, os faróis inteligentes farão com que ela pareça uma garoa,” garante Narasimhan.
O mais inusitado da história é que o cientista descobriu o uso da tecnologia para automóveis enquanto desenvolvia um aparelho para projetar imagens em cortinas de água. Depois de finalizar os testes de como acertar as gotas com a luz, teve a ideia para o novo uso. Para isso, bastou inverter o raciocínio e refazer os cálculos para atravessar as partículas, em vez de iluminá-las.
O olho humano não consegue ver cada pingo separadamente e analisa uma chuva forte como uma linha reta de água caindo. No laboratório, com a ajuda de câmeras com infravermelho, foi possível ver que há um espaço razoável para a luz atravessar as gotas, que caem, em média, a cerca de 13 milissegundos.
De acordo com o dr. Narasimhan, com o uso do protótipo seria possível eliminar 80% da visão da chuva de uma tempestade. Nesse caso, a perda da iluminação do farol seria de 5 a 6%.