Primeira Classe

Turismo na Alemanha: o museu da BMW, em Munique

Munique é a cidade sede da BMW. Visitamos o museu da montadora e o BMW Welt, com exposição dos carros novos da marca, da Mini e da Rolls-Royce. Veja os destaques destes espaços

Rafaela Borges

05 de set, 2014 · 9 minutos de leitura.

Turismo na Alemanha: o museu da BMW, em Munique
Crédito: Munique é a cidade sede da BMW. Visitamos o museu da montadora e o BMW Welt, com exposição dos carros novos da marca, da Mini e da Rolls-Royce. Veja os destaques destes espaços

BMW 507 foi criado para concorrer com 300 SL; Elvis tinha um (Fotos: Rafaela Borges/Estadão)

 

Munique, Alemanha – Bom dia, pessoal. Estou em uma correria aqui na Alemanha, mas queria compartilhar  com vocês um pouquinho de minha viagem à Alemanha, pois o programa de ontem foi bastante especial: o museu da BMW e o BMW Welt, em Munique.


 

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A cidade é uma das três essenciais para o turismo automotivo na Alemanha. A cerca de 80 km está Ingolstadt, sede da Audi. Em Stuttgart, você encontra as “casas” de Audi e Mercedes. Se estiver em Berlim, visite Wolfsburg para ver o “quartel-general” da Volkswagen e a cidade do carro.

BMW 700: objetivo era concorrer com Fusca

Voltemos a Munique. Entre uma visita à belíssima Marienplatz, ao estádio da Bayern de Munique e ao Castelo de Neuschwanstein, que inspirou o da Cinderela, o apaixonado por automóveis pode visitar a sede da BMW para ver o museu e o Welt.


A sede fica em um prédio em formato de quatro cilindros, em frente ao parque – e estádio – olímpico. O museu é logo ao logo; o BMW Welt (Mundo da BMW, em português) ocupa um edifício moderno, muito iluminado, com 11 colunas e pé direito ao lado, localizado em frente. No complexo, há ainda uma fábrica da montadora, que produz modelos como Série 3 e Série 4 (são pouco mais de  mil unidades por dia), além de alguns motores, como uma unidades V8.

Em 1918, o primeiro produto: motor de avião

O BMW Welt é uma grande exposição de modelos novos das três marcas automotivas do grupo (BMW, Mini e Rolls-Royce), além da Motorrad, a divisão de lojas. Há ainda loja (com diversos produtos, como um jogo de malas da Mini que parte de 160 euros), possibilidade de se andar de carona em modelos como o i3, café e restaurante.

É também o espaço onde a BMW faz a entrega técnica de carros a alguns clientes, que desfrutam de um dia VIP, com acesso a um restrito lounge no espaço e visita ao museu e à fábrica.


Sobre o museu, ele é disposto em uma espécie de rua, rodeada por espaços que a BMW chama de casas. Em cada “casa”, há um tema: tecnologia, recursos para a redução de peso, automobilismo, motos. E história, muita história.

O primeiro produto da BMW foi um motor de avião, construído em 1918 e que remete às origens da marca. Em seguida, veio a moto R32, feita de 1923 a 1926. O primeiro carro, de  1929 a 1931, foi o 3/15, a  versão da BMW para um modelo Austin.


Os destaques são vários, e por aqui vou citar alguns. O BMW 700, um modelo compacto com motor de moto, surgiu para desafiar o VW Fusca e salvou a BMW de ser vendida para a arquirrival Mercedes-Benz.

‘Casa’ da linha Série 3. Em primeiro plano, o predecessor, BMW 1600

 

A família Série 3, que está exposta em várias carrocerias, se faz presente de seu predecessor, o 1600, que surgiu em 1966, até a quarta geração. Há um espaço onde em breve será colocada a quinta, que deixou de ser feita em 2002. Atualmente, o modelo está na sexta geração.


Há ainda ícones mais recentes da BMW, como o M1, um carro criado para correr em competições de turismo – embora nunca tenha estreado nesse tipo de corrida, pois a marca não produziu unidades suficientes de rua exigidas pela regra – que deu origem aos modelos preparados da divisão Motorsport.

Brabham com a qual Nelson Piquet venceu título, nos anos 80, tinha motor BMW

Outro destaque é o Série 8, que de 1989 a 1999 foi o BMW topo de linha. Tinhas versões cupê e conversível. Desta, porém, foram feitas apenas duas unidades. Uma delas está no museu; a outra, em algum local da fábrica.

Já o 507, dos anos 50, foi criado para ser rival do Mercedes-Benz 300SL e era exclusivo dos ricos e famosos, inclusive Elvis Presley. O exemplar vermelho de Elvis, aliás, foi recentemente resgatado, nos EUA, pela BMW. Em breve, terá início seu processo de restauração.


Linha Sério 8: cupê e conversível

O museu tem ainda uma parte itinerante dedicada à Rolls-Royce. Aqui, cabe uma curiosidade. A BMW jamais comprou a Rolls-Royce. As duas marcas eram parceiras em diversas frentes, inclusive a produção de motores de aviação.

A BMW, aproveitando esta parceria, tornou-se proprietário dos direitos ao nome Rolls-Royce. Assim, quando a montadora inglesa foi comprada pela Volkswagen, esta não pôde usar seu nome. Os carros de luxo passaram a ser feitos como Bentley.

M1, predecessor da linha esportiva M, de modelos preparados

Já a BMW teve de construir fábrica para a Rolls-Royce e começar do zero a produção de seus modelos. O primeiro, Phantom, surgiu nos anos 2000.


O BMW Welt tem entrada gratuita. Para o museu, os ingressos partem de 17 euros.

Nos próximos capítulos da série “Turismo na Alemanha”, confira mais detalhes sobre Munique. Há muitos trechos que podem ser feitos de carro a partir da cidade, principalmente à Áustria. Vou dar, também, algumas dicas de hotéis e passeios, além de escrever um “capítulo” sobre Ingolstadt. Até breve.

O primeiro carro: 3/15

 


Rolls-Royce Silver Ghost de 1923

 

BMW Welt. Em primeiro plano, os modelos da linha M

 

Edifício dos quatro cilindros é sede da BMW. Ao lado, o prédio do museu

 


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