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Chevrolet Prisma encara Renault Logan com motor novo
Comparativo

Chevrolet Prisma encara Renault Logan com motor novo

Sedã da Chevrolet recebeu atualizações no visual e ajustes no 1.4, enquanto o Renault traz 1.6 inédito com 12 cv extras

01 de mar, 2017 · 8 minutos de leitura.

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 Chevrolet Prisma encara Renault Logan com motor novo
Chevrolet Prisma encara Renault Logan com motor novo

Os sedãs Prisma e Logan trazem atualizações importantes na linha 2017. Neste comparativo, o Chevrolet, que recebeu reestilização e ajustes nos motores, é representado pela versão LT, com seu 1.4 de até 106 cv e tabela a partir de R$ 54.890. O Renault vem, na configuração Expression, a partir de R$ 53.500, com o novo 1.6 de até 118 cv da “família” SCe.

A boa posição de dirigir, o baixo nível de ruído e o aspecto mais moderno da cabine do Prisma agradam. Porém, além de ser mais rápido e espaçoso que o concorrente, o Logan custa menos, ganha em equipamentos e tem peças e seguro mais baratos, o que lhe garantiu a vitória no duelo.

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Os dois sedãs estão mais econômicos. O consumo médio do Prisma baixou 18% e o do Logan, 21%, segundo dados das fabricantes. Contribuem com isso os novos câmbio manual de seis marchas do Chevrolet e o sistema start&stop do Renault, que desliga o motor em paradas prolongadas.

Essa dupla empatou no consumo urbano, com 13,0 km por litro de gasolina, de acordo com dados do Inmetro. Na estrada, o Prisma roda 15,4 km/l, ante 13,8 km/l do Logan, graças à sexta marcha, que ajuda a reduzir o giro do motor.

Em movimento, quem busca desempenho vai se dar melhor com o Logan. Seu novo 1.6, que é 12 cv mais potente que o anterior, garante boas respostas ao acelerador. O torque máximo surge a 4 mil rpm, mas mesmo assim as retomadas em giros baixos são convincentes.


O Prisma é ágil na cidade, mas fica aquém do rival em situações que exigem força, como aclives e retomadas, sobretudo quando está carregado. Por outro lado, o funcionamento de seu 1.4 é bem mais suave e silencioso que o 1.6 do rival, mesmo em rotações altas. No Logan, o ruído do 1.6 fica bem acentuado acima dos 80 km/h.

O Prisma que aparece nas fotos dessas duas páginas e também na capa do caderno é da versão LTZ, de topo na linha.

Por dentro, forma versus conteúdo
Ao entrar nesses sedãs, a primeira impressão é melhor no Prisma. Há excesso de plásticos rígidos em ambos, mas as linhas mais modernas de painel e portas disfarçam melhor o despojamento do Chevrolet, enquanto no Renault o desenho antiquado cria um aspecto ainda mais espartano.


Nenhum dos dois traz marcador de temperatura do motor. Os instrumentos digitais do Prisma são mais bonitos, mas o Logan compensa com o computador de bordo, que o rival só oferece na versão LTZ, de topo.

A ergonomia favorece o Chevrolet, que oferece posição de dirigir mais elevada e comandos do som no volante. Os do Renault, instalados em uma haste na coluna de direção, são mais difíceis de operar.

Os bancos do Logan poderiam ter espuma mais firme. Em viagens longas, cansam as costas de motorista e passageiros. Por outro lado, o espaço interno para todos os ocupantes é para lá de amplo.


A central multimídia MyLink 2 é item de série no Prisma, com novos botões e tela mais responsiva que a da primeira geração. No Logan, a central Media Nav integra um pacote que custa R$ 1.300. Embora tenha interface menos elegante, o dispositivo da Renault é mais completo e traz até navegador GPS, ausente no rival.

No Prisma LT, o assistente OnStar traz monitoramento e bloqueio remoto do veículo e conexão com uma central de socorro em caso de acidente. Esses serviços custam R$ 65 por mês. Navegador GPS e concierge só estão disponíveis na opção mais cara, LTZ.

Opinião
As prioridades e o que cabe no bolso
Quem investe em um sedã compacto com motor acima de 1 litro quer mais do que a sensação de ter um “carro popular”. O ideal seria um modelo que entregasse respostas rápidas aos comandos do acelerador e cabine bem acabada, com pinta até de ser de um segmento superior. O problema é que para ter tudo isso a conta começa a ficar muito cara. Prisma e Logan atacam essa equação por lados opostos: o Chevrolet tem algum capricho por dentro, mas seu motor 1.4 prefere a discrição à valentia, enquanto o Renault mostra mais fôlego, mas perde feio no quesito beleza interior. Quem concilia melhor todas essas virtudes é o Hyundai HB20S, mas sua tabela é pra lá de salgada – a versão 1.6 de entrada, que concorre com a dupla de Chevrolet e Renault, parte de R$ 56.615, algo exagerado para o que ele oferece.



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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”