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Porsche 930 ‘Slantnose’ é remédio contra estresse
Carro do leitor

Porsche 930 ‘Slantnose’ é remédio contra estresse

Quando precisa espairecer, o administrador de empresas Ángel Martínez corre para o volante do Porsche de 1983 que trouxe dos EUA

Thiago Lasco

04 de jun, 2017 · 5 minutos de leitura.

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Crédito:Amanda Perobelli/Estadão

Quando o administrador de empresas Ángel Martínez está com a cabeça tomada pelo trabalho, bastam 20 minutos de terapia para que as tensões se aliviem e o dia difícil passe a ser prazeroso. Essa terapia tão eficaz consiste em dirigir o Porsche de 1983 que ele mesmo importou.

Não é um Porsche qualquer: trata-se de uma rara variante do modelo 930 com a frente em cunha, conhecida como “Slantnose”, e que fascinou Martínez. Como não havia no Brasil nenhum exemplar original dessa versão, ele resolveu trazer o modelo dos Estados Unidos por conta própria, em 2014.

O carro dos sonhos foi encontrado por meio da internet. Com pouco mais de 128 mil km rodados, estava muito bem conservado e era acompanhado de farta documentação. A papelada incluía notas de serviços como trocas de óleo, provas do traslado do veículo por avião da Alemanha até os EUA e a primeira placa que ele recebeu, no Estado do Alasca.

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“Apenas 42 dias após a compra, o carro já estava na minha garagem. Depois, descobri que seu primeiro dono foi o piloto de corrida Dick Barbour, que correu a 24 Horas de Le Mans (na França) de 1979 ao lado do ator Paul Newman e conquistou o segundo lugar na prova.” Nas mãos do executivo, o carro dos sonhos se tornou uma fácil realidade. Ele nunca precisou fazer reparos no veículo.

“De lá para cá, tive apenas de trocar o óleo. O motor liga na primeira tentativa. Aliás, quando meus amigos precisam regular os motores de seus 911 Turbo, usam o do meu carro como referência”, gaba-se.
Por via das dúvidas, ele tem à mão três profissionais de confiança para cuidar do Porsche: um mecânico, um funileiro e um tapeceiro. “É preciso recrutar mão de obra especializada em modelos dessa época, já que a mecânica dos atuais é muito mais eletrônica.”


Bravo. Com motor de 330 cv e tração traseira, o brinquedo preferido de Martínez exige destreza ao volante. “Se você não souber dirigir bem, é um carro meio traiçoeiro. A aceleração brutal para os padrões da época lhe rendeu o apelido de ‘widow maker’ (fazedor de viúvas)”, conta o administrador. Ele diz que o esportivo é até amigável para o uso no dia a dia, com ar-condicionado e vidros elétricos (mas sem direção hidráulica).

Em piso molhado, porém, é preciso ter cautela extra.“Onde meus amigos rodam a 80 km/h com seus sedãs, vou com ele a 60 km/h. Tem de saber respeitar o carro”, ele explica. “Além disso, prefiro abusar dos modelos mais novos. O 930 tem peças dificílimas de repor.”


Todo esse zelo não impede que ele tire o Porsche da garagem semanalmente. Pode ser para ir a uma reunião de trabalho no interior paulista, fazer um passeio até Campos do Jordão, ou mesmo se divertir com as reações que o esportivo provoca pelas ruas da capital.

“Muitos pedem para eu dar uma acelerada, para eles ouvirem o barulho do motor. As crianças ficam loucas. Senhoras tiram fotos com o celular para mostrar aos filhos e maridos. Um dia, parei na faixa de pedestres para um idoso atravessar a rua, e ele respondeu: ‘não, quero que esse Porsche passe primeiro!’”, diverte-se Martínez.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.