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Novo Ford EcoSport Freestyle encara Honda WR-V
Comparativo

Novo Ford EcoSport Freestyle encara Honda WR-V

Com novo motor 1.5 de três cilindros, versão intermediária do Eco pega WR-V EXL, de topo

Igor Macário

25 de jul, 2017 · 8 minutos de leitura.

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Foto: Rafael Arbex/Estadão
Crédito:

Desde o lançamento do EcoSport, em 2003, quase tudo mudou no segmento de utilitários-esportivos compactos. Vieram vários novos rivais e o Ford, embora tenha resistido bravamente, acabou perdendo a hegemonia do mercado.

Agora, o pioneiro recebeu uma reformulação sobre a segunda geração que inclui visual mais moderno, interior caprichado e motores novos. A mudança fez tão bem que o “veterano” estreia com vitória diante do WR-V.

Lançado no início deste ano, o Honda derivado do Fit tem dimensões e preços semelhantes ao Ford, mas fica devendo em equipamentos e refinamento mesmo na versão de topo, EXL. Superior nesses quesitos, o EcoSport compensa o preço um pouco maior na configuração escolhida para o comparativo, FreeStyle (intermediária) com o novo motor 1.5.

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Tabelado a R$ 86.490, o Ford esbanja itens de série. Há mimos como ar-condicionado digital e bancos revestidos parcialmente de couro, bem como uma vistosa central multimídia. A fartura do carro feito em Camaçari (BA) contrasta com a simplicidade do WR-V, que tem tabela de R$ 83.400 e é produzido em Sumaré (SP).

Se não chega a ser “franciscano”, o Honda deixa a desejar na qualidade dos materiais de acabamento e no revestimento acústico, que não são condizentes com um carro dessa faixa de preço.

A Ford fez o dever de casa e melhorou bastante a cabine de seu utilitário, que tem até painel emborrachado e quadro de instrumentos bastante completo, semelhante ao de modelos mais caros e muito melhor que o do Honda.


O WR-V até traz central multimídia com câmera na traseira (que produz imagens semelhantes às de um olho mágico), mas menos completa que o sistema do EcoSport. O Honda também deve air bag para os joelhos do motorista, presente no rival, bem como o importante controle de estabilidade (ESP), outra falha inaceitável em carros de mais de R$ 80 mil.

Ao menos, o WR-V contra ataca com mais eficiência no aproveitamento de espaço que o EcoSport. O Honda leva melhor os ocupantes do banco de trás e tem um engenhoso sistema de rebatimento da segunda fileira, que conta com ampla possibilidade de configurações.

O porta-malas do WR-V também é um pouco maior, com 363 litros, ante 356 do rival. Além disso, o bagageiro do Ford é mais alto do que profundo, fazendo com que as malas tenham de ser empilhadas para aproveitar melhor o espaço.


Motores
Também novo no EcoSport Freestyle é o motor 1.5 de três cilindros e 137 cv. A versão avaliada traz câmbio automático de seis marchas. O propulsor do WR-V é também 1.5, mas de quatro cilindros e 116 cv. A transmissão é automática CVT.

Novo motor dá brilho extra ao EcoSport
A troca do antigo motor 1.6 pelo novo 1.5 fez muito bem ao EcoSport. Com três cilindros e muita suavidade no funcionamento, o propulsor casa muito bem com o também novo câmbio automático de seis velocidades. O modelo da Ford conta com acelerações lineares e é bastante ágil na cidade, situação em que seu motor entrega bom torque em baixas rotações e a transmissão faz trocas de marcha sem indecisões.

O conjunto é bem mais interessante que o do WR-V. O desempenho do Honda não decepciona, mas o câmbio CVT se encarrega de roubar qualquer emoção ao volante.


Segundo o Inmetro, fonte para dados sobre consumo nos comparativos do Jornal do Carro, o EcoSport roda até 12,8 km na estrada com um litro de gasolina, ante os 12,4 do WR-V. Por isso, eles têm notas iguais.

Porém, durante a avaliação, o computador de bordo do Honda chegou a marcar 14 km/l, graças ao câmbio CVT, que mantém as rotações bem baixas ao rodar em rodovias.

Já o do Ford não hesita em reduzir uma ou duas marchas para manter o ritmo, o que acaba elevando o consumo do jipinho na “vida real” (12 km/l no computador de bordo).


Opinião
Quem diria: atualmente o comprador do EcoSport é visto como alguém com gostos mais tradicionais entre os consumidores de utilitários compactos. Só que o tempo passa para todos e até os mais tradicionais podem recorrer a uma intervenção cosmética aqui e ali. E foi justamente o que a Ford fez em seu jipinho, que envelhecia à sombra de rivais mais modernos. A marca mexeu exatamente nos quesitos que motorista e passageiros mais percebem, e ganhou muito com as mudanças. Trata-se do melhor EcoSport feito até hoje. É certo que alguns problemas só serão corrigidos em uma nova geração, como o espaço interno e o porta-malas pequenos, mas motor e câmbio evoluíram muito e o acabamento passa a impressão de pertencer a veículos mais caros. Principalmente ao considerar a diferença de meros R$ 3 mil entre o WR-V de topo e um EcoSport que, de tão renovado, nem parece que ainda está na mesma geração lançada há cinco anos.

 


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.