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Defeitos famosos: o carro que decepava dedos
História

Defeitos famosos: o carro que decepava dedos

Confusão em sistema de rebatimento do banco traseiro do VW Fox decepou o dedo de oito pessoas

Redação

07 de set, 2017 · 4 minutos de leitura.

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Dedo que foi decepado pelo sistema do FOX
Crédito:CRÉDITO: Robson Fernandjes/Estadão

Em 2003, a Volkswagen lançava no Brasil o Fox. Projeto inovador, ele trazia uma série de novidades em relação a outros compactos à venda. Entre eles, o estilo, que proporcionava mais espaço para pessoas altas, o que levou até a marca usar a modelo Ana Hickmann nas propagandas.

Um ano depois, o carro, que foi criado no Brasil, mas cujo projeto foi desenvolvido para a Europa também, virou notícia negativa. Começaram a surgir os primeiros relatos de dedos decepados pelo sistema de rebatimento do banco traseiro.

O sistema não era difícil de utilizar: uma alça no porta-malas devia ser puxada para que a trava do banco fosse liberada e permitisse o rebatimento dos encostos e do assento, que era corrediço. Isso permitia uma flexibilidade do espaço para os ocupantes ou para a área do porta-malas.

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Os acidentes ocorriam porque essa alça ficava presa em uma argola, na qual, em todos os casos, as pessoas que foram feridas ficaram com o dedo preso. A argola, puxada com força pelo mecanismo quando destravado, acabou decepando parte do dedo de alguns usuários.

Na época, a Volkswagen alegou que não havia necessidade de recall e que o sistema não apresentava problemas se as instruções de uso que constavam no manual do carro fossem seguidas. A marca alegava ainda que os acidentes ocorreram devido a mau uso do recurso.

Mesmo assim, a companhia não conseguiu evitar o recall quando o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), que faz parte do Ministério da Justiça, entrou no caso. Em 2008, a Volkswagen teve que recolher R$ 3 milhões para um fundo de defesa de direitos difusos do DPDC, que, entre outras coisas, é usado em projetos na área de educação para o consumo.


A empresa também aceitou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em que se comprometeu a fazer o recall de 477 mil Fox, CrossFox e SpaceFox vendidos no País, além de outras 343 mil unidades que foram exportadas.

Nesse recall, ela precisou oferecer um anel de borracha que foi fixado sobre a argola onde era fixada a fita que servia para acionar o sistema de rebatimento dos bancos. Assim, evitou-se que os usuários colocassem o dedo na argola durante o ajuste dos assentos.


 

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.