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PSA pode ter fraudado testes de emissões de carros a diesel
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PSA pode ter fraudado testes de emissões de carros a diesel

Grupo dono de Peugeot e Citroën é suspeito de usar software para fraudar testes de emissões e está sendo investigado por governo francês

Redação

09 de set, 2017 · 4 minutos de leitura.

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Crédito: Phillippe Huguen/AFP/Getty Images
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O grupo PSA, dono das marcas Peugeot e Citroën, está sendo investigado pelo governo da França sob a suspeita de ter usado um software para fraudar os testes de emissões de poluentes em quase 2 milhões de carros movidos a diesel. As informações foram reveladas ontem pelo diário francês Le Monde.

Investigadores da DGCCRF, a agência responsável pela homologação ambiental de veículos na França, descobriram documentos internos da PSA contendo ordens expressas para que o dispositivo fraudulento fosse tornado “menos evidente e visível”.

A Volkswagen foi o primeiro conglomerado automotivo a ser flagrado em fraudes de testes de emissões de poluentes, em escândalo que ficou conhecido como Dieselgate.

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Foi descoberto que seus carros recebiam um software que mascarava a emissão de óxidos tóxicos de nitrogênio apenas durante os testes de aferição das emissões – nas ruas, os carros poluíam acima do permitido.

Como consequência, o Grupo VW foi obrigado a pagar multas bilionárias, promover recalls de mais de 8 milhões de carros apenas na Europa e recomprar milhares de veículos de consumidores que se sentiram prejudicados.

Na França, a PSA é o quarto grupo alvo de investigações por suspeita de fraudes, atrás da própria Volkswagen, da Renault e da FCA (Fiat-Chrysler). Se condenada, ela poderá sofrer multas de até 5 bilhões de euros (R$ 18,5 bilhões).


Em resposta à denúncia, o grupo PSA emitiu uma nota declarando que não houve nenhuma fraude ou ilegalidade nas calibrações dos motores de seus carros. A empresa se diz indignada com a atitude do governo francês, que teria repassado as informações que apurou a terceiros sem dar à empresa a chance de ler o laudo das investigações e se pronunciar antecipadamente.

O chefe de engenharia da PSA reconheceu que a filtragem das emissões dos motores a diesel da empresa era propositalmente reduzida, mas apenas em percursos rodoviários, nos quais a liberação de óxido nítrico é tida como menos problemática que na cidade, e alegou que essa prática melhoraria a eficiência energética dos veículos.

O anúncio da investigação derrubou as ações da PSA nas bolsas europeias, que tiveram baixa de 4,4% durante o dia de ontem.


Neste ano, a PSA comprou a Opel, antiga subsidiária europeia da General Motors, e com isso passou a ser o segundo maior grupo automotivo em vendas no Velho Continente, perdendo apenas para a Volkswagen.

 

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.