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JAC T40 desafia Renault Stepway
Comparativo

JAC T40 desafia Renault Stepway

Com preço, dimensões e proposta parecidos, chinês vem repleto de equipamentos, enquanto paranaense se destaca pelo novo motor

Thiago Lasco

15 de out, 2017 · 8 minutos de leitura.

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Crédito:JAC T40 X RENAULT STEPWAY/ Crédito: FELIPE RAU/ ESTADÃO

Os modelos deste comparativo são mais parecidos do que é possível supor à primeira vista. O Renault Stepway, com tabela a partir de R$ 58.340, surgiu como versão aventureira do paranaense Sandero e ganhou vida própria. Já o T40, a R$ 56.990, tem em comum com outros chineses da JAC o desenho claramente inspirado no dos utilitários da Hyundai. Além das dimensões similares, os dois miram quem busca espaço para levar a família.

Cada um tem seus trunfos e limitações. O Stepway é superior ao T40 em motor, desempenho e eficiência da suspensão. Também leva pequena vantagem em espaço interno, instrumentos e consumo. Mas, como o JAC se saiu melhor em preço, equipamentos, estilo e acabamento, quesitos com peso maior no comparativo, isso acabou garantindo a vitória sobre o Renault.

Colocando os dois lado a lado, o visual econômico em firulas do Stepway contrasta com a fartura de adornos e cromados do T40. A mesma impressão fica clara no comparativo ente as cabines. Frugal, o interior do Renault abusa de plásticos duros, enquanto o painel do JAC, com apliques de couro, se aproxima do de modelos de luxo. Detalhes como luz de leitura mais generosa e outras duas nos para-sóis também mostram maior capricho.

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Em termos de conforto, o JAC está muito à frente do Renault. Com apoios laterais reforçados, os bancos do T40 “abraçam” melhor o motorista, que conta com apoio escamoteável para o braço direito. Os do Stepway são pouco anatômicos, têm apoios de cabeça recuados demais e cansam as costas em viagens longas.

Os instrumentos do Stepway são mais completos e de fácil visualização. Pequena, a tela digital do T40 é difícil de ler à luz do dia e indica apenas o consumo médio, enquanto a do rival traz dados como autonomia, consumo de combustível em litros e velocidade média no percurso.

A central multimídia do JAC não traz navegador GPS, opcional no Renault, mas compensa com câmeras atrás e na frente.


Na parte traseira há um empate técnico: no JAC o espaço para as pernas dos passageiros é maior, graças ao assento curto, enquanto no Stepway a área para a cabeça é mais ampla.

Desempenho. Em movimento, a vantagem passa a ser do Renault. Neste ano, o Stepway recebeu um novo motor 1.6, de origem Nissan, que gera 12 cv a mais que o anterior – agora, sua potência é de até 118 cv com etanol.

Se no Stepway antigo o quatro-cilindros não sobrava, no atual as respostas são convincentes. O torque máximo só surge às 4 mil rpm, mas mesmo em giros baixos as retomadas de velocidade convencem. Na prática, o motorista não precisa reduzir marchas o tempo todo para ganhar força, o que deixa a condução agradável e alivia o consumo.


Com seu 1.5 flexível de quatro cilindros e 127 cv, o T40 só vai bem em trajetos urbanos e vias planas. Em ultrapassagens, aclives e serras, falta fôlego. Pelo menos o isolamento acústico é bem melhor que o de outros modelos da JAC e, mesmo em altas rotações, o ruído do motor não chega a incomodar os ocupantes.

Em rodovias, a direção do JAC fica devendo respostas mais diretas – o excesso de “leveza” passa insegurança ao motorista em altas velocidades. Além disso, o tanque pequeno, de 42 litros, limita a autonomia em viagens.

Itens de série. Para disputar clientes dispostos a pagar R$ 59 mil por um carro, JAC e Renault percorreram caminhos diferentes. A chinesa aposta na fórmula do “carro com tudo dentro”. Itens como controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, sensor de obstáculos na traseira e controle de velocidade de cruzeiro são oferecidos desde a opção básica (Pack 2, a R$ 56.990). Os únicos opcionais são a central multimídia e as câmeras na dianteira e na traseira, que elevam o preço para R$ 58.990.


Já a Renault seguiu na direção contrária: cortou itens de série para aliviar a tabela da versão de entrada. Além do Stepway de sempre, que recebeu sobrenome Dynamique e parte de R$ 62.190, a marca francesa criou uma opção mais barata, a Expression. Para cortar R$ 4 mil, a central multimídia deu lugar a um sistema de som simples, o ar-condicionado perdeu os comandos digitais e foram limados bancos de couro, rodas de liga leve e controlador de velocidade de cruzeiro.

Controle de estabilidade e assistente de partida em rampa ficaram restritos ao catálogo Dynamique com câmbio automatizado Easy-R por salgados R$ 65.640. Ele é mais caro até que o Sandero RS, que parte de R$ 63.600. Com itens a menos, o Stepway de entrada ficou próximo demais de um Sandero comum. O investimento de quase R$ 8 mil acima da tabela da versão Expression 1.6 “convencional” só se justifica para quem não abre mão do visual. E estamos falando apenas de rack de teto, lanternas escurecidas, molduras nas caixas de roda e faróis auxiliares redondos.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.