Do amarelo ao prateado, as cores favoritas para carros no Brasil já variaram bastante ao longo do tempo. Se atualmente o branco é moda entre os motoristas brasileiros, dominando 37% do mercado de novos veículos vendidos em 2016, em breve o verde metálico pode se tornar o “queridinho” das ruas. Uma pesquisa sobre tendências de cores automotivas realizada pela BASF, maior fabricante global de tintas para o setor, indica que o Visual Arete, nome dado à nova tonalidade, ganhará espaço nos próximos anos.
Eleito pela companhia como cor-chave para a América do Sul, o novo tom é escuro, mas se revela verde vívido ao refletir a luz. Segundo o responsável global pela área de design da BASF, Paul Czornij, a cor expressa o sentimento sulamericano, aliando a popularidade do preto, que expressa mistério e poder, com o verde brilhante retratando o otimismo com relação ao futuro. “Esta cor captura a essência das pessoas, expressando um sentimento que começa a surgir e a emergir”.
Esta foi a primeira vez que a BASF selecionou uma cor especialmente para a América do Sul. O estudo, que contou com 18 meses de pesquisa e desenvolvimento, apresentou uma coleção de 66 cores intituladaTranslucid, palavra que, segundo a empresa, combina os conceitos de clareza visual e abstrata. “O nome da coleção expressa a transparência e a lucidez que demandamos de um mundo cada vez mais digital. Representa o sentimento de que, embora não possamos escapar do mundo físico, queremos otimizar a tecnologia para desenvolver nossa sociedade”, afirmou o designer.
Entre as variadas colorações da nova paleta da BASF, destacam-se os azuis intensos e cores pastel. Estas representam a imagem das novas tecnologias e enfatizam a singularidade da era digital. Para criar os diferentes tons de cinza da composição, que oscilam entre escuros e médios, a inspiração foi a relação entre o fascínio e o medo do ser humano, assim como seu “reflexo no espelho digital”.
Azul-escuro na América do Norte e vermelho na Ásia. Para a América do Norte, a cor-chave é a Undercurrent Blue, um azul-escuro com textura sedosa que, segundo a BASF, expõe uma sensação de mistério e celebração do ego. Paul Czornij explica que o tom simboliza um desejo do ser humano de se reconectar com seu próprio corpo e com um mundo mais natural.
Na Europa, no Oriente Médio e na África, a empresa identificou uma tendência de “volta ao passado”, a partir da demanda por objetos retrôs, como os toca-discos de vinil. De acordo com a companhia, as cores que melhor expressam esse movimento são tons de tijolo, com destaques vermelhos. “É uma mistura do mundo analógico com o digital. Há o interesse em combinar a tecnologia contemporânea com antiguidades”, explica.
A partir da luta e das aspirações dos jovens, a cor escolhida para o continente asiático foi o vermelho profundo e saturado, com flocos brilhantes. “Os jovens são rebeldes, querem novidades. Essa cor tem grande conexão com os desejos deles”, disse Paul.
Tecnologia reduz aquecimento do veículo. Além da paleta de cores, a BASF também apresentou a tecnologia Solaric, criada pela empresa para reduzir o aquecimento externo e interno em veículos pintados com cores escuras. Segundo Paul, o sistema de gerenciamento de calor solar reflete a radiação, amenizando a intensidade da temperatura na superfície e dentro do carro. “É ótimo para regiões quentes, como o Nordeste brasileiro. Os novos carros com cores escuras não vão reter o calor”.
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