A edição 2018 do Salão de Tóquio abriu as portas ao público ontem focada em temas como mobilidade urbana e inteligência artificial. Para as fabricantes japonesas de veículos, os carros elétricos, que já são uma realidade no país há tempos, não param de avançar.
Até 2030, dois de cada três Honda vendidos no mundo serão elétricos ou híbridos. Presidente mundial do grupo, Takahiro Hachigo disse durante a semana passada que pretende viabilizar a oferta desse tipo de veículo na América Latina, o que deve incluir o lançamento da versão híbrida do scooter PCX.
O assunto está tão em alta que a Toyota desenvolveu, no Brasil, o primeiro híbrido com tecnologia flexível do mundo. Agora, o motor 1.8 do Prius pode funcionar com gasolina e/ou etanol em qualquer proporção. Até então, esse quatro-cilindros era movido só a gasolina.
Embora ainda seja um protótipo, o Prius flexível funciona perfeitamente. Um dos desafios dos engenheiros da marca no Brasil foi ajustar a partida a frio do quatro-cilindros de ciclo Atkinson que, juntamente com outro elétrico, gera potência combinada de 123 cv.
Trata-se de um avanço e tanto. Com etanol, o Prius ficará ainda mais “verde” – além de fazer o carro emitir menos poluentes que a gasolina durante a queima, o etanol é um combustível 100% renovável.
O sucesso dessa empreitada animou a marca a importar algumas unidades do Mirai para testes no Brasil. O elétrico movido a célula a hidrogênio deverá servir de base para uma pesquisa que pretende desenvolver a obtenção da energia elétrica no próprio carro a partir do etanol.
Até mesmo a venda no Brasil de carros da Daihatsu contempla a eletrificação. Os modelos da empresa, que já operou no País há alguns anos, também estão ficando eletrificados.
Aliás, os Daihatsu serão vendidos no País com a marca Toyota – a companhia comprou a conterrânea no início do ano passado – e posicionados como modelos de entrada.
Um dos cotados para serem oferecidos no Brasil será a versão de produção do utilitário DN Trec, revelado como protótipo no Salão. Com a vinda dos carros da Daihatsu, a Toyota ampliará a oferta de modelos no País e entrará fortemente na briga pela liderança das vendas.
A Nissan não ficará para trás. No ano que vem a marca lança no País a nova geração do elétrico Leaf, que estava em testes de rodagem nas ruas e estradas brasileiras havia anos.
Outro destaque da marca no Salão, o IMx pode dar origem a um utilitário-esportivo mais simples para ser oferecido a brasileiros e argentinos, entre outros consumidores da região. Isso porque o modelo se encaixa perfeitamente nos planos da empresa para a América Latina.
A meta é focar investimentos em SUVs e brigar pela liderança das vendas de carros elétricos.
E não são apenas as asiáticas que estão de olho nesse mercado. A Chevrolet, por exemplo, vem testando o elétrico Bolt no País. Se vier mesmo, o hatch feito nos Estados Unidos não deve chegar antes de 2019.
O jornalista viajou a convite da Anfavea
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