O Equinox chega ao País apostando no motor potente e na ampla lista de equipamentos para seduzir os clientes de utilitários-esportivos médios. Em versão única, tabelada a R$ 149.900 e sem opcionais, o Chevrolet desafia o Jeep Compass, líder de vendas do segmento que, na opção Longitude com motor a diesel tem, além de preço próximo, tração 4×4 (de série no novato que vem do México).
O modelo feito em Goiana (PE), que parte de R$ 142.790 e pode chegar a R$ 158.130 com os opcionais disponíveis, é bem equipado e seu motor 2.0 lhe garante agilidade. Ainda assim o Compass é inferior ao Equinox nesses aspectos e os quesitos em que sobressai não foram suficientes para fazê-lo superar o novato. Apesar disso, a disputa foi parelha, decidida a favor do Chevrolet por dois pontos (veja à direita).
O principal destaque do Equinox é o desempenho. Seu 2.0 turbo com injeção direta de gasolina gera 262 cv de potência – são 92 cv a mais que o motor do Compass.
Por ser a diesel, o 2.0 do Jeep entrega bom torque em baixa rotação (1.750 rpm, ante as 4.500 rpm do Chevrolet) e o torna ágil em acelerações e retomadas de velocidade. Ainda assim, o rival é melhor. Mesmo sendo grande e pesado, o Equinox não deixa a desejar em nenhuma situação e mostrou ser um carro muito rápido.
Os números de desempenho divulgados pelas fábricas comprovam: o Equinox pode acelerar de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos. O Compass precisa de 10 segundos para cumprir a mesma tarefa.
O ponto negativo do Chevrolet é o consumo. Para um carro com tantas soluções modernas, os 10 km/l na rodovia (dados da fabricante) deixam a desejar. O motor do Jeep não é dos mais eficientes, mas, ainda assim, o motorista terá de parar bem menos em postos de combustível. Além disso, gastará menos, já que o diesel S10, obrigatório para o Compass, é mais em conta que a gasolina.
O líder de vendas também é melhor no quesito estabilidade. Os dois utilitários têm suspensão independente nos dois eixos e passam bastante segurança ao motorista, mas o Jeep é um pouco mais “à mão” – sua carroceria inclina menos.
Com os dois carros são altos, sistemas de tração 4×4 e os controles de estabilidade e tração são bons aliados para ajudar a mantê-los sob controle.
O Equinox vai melhor em espaço. Com 20 cm a mais no comprimento, ele tem generosa distância entre os eixos, que contribui para o conforto. Além disso, atrás o assoalho é plano, permitindo que até três ocupantes viajem sem aperto. No Jeep, só dois vão bem atrás.
As três primeiras revisões do Chevrolet são mais baratas (veja quadros), mas têm de ser feitas a cada 10 mil km. No Compass, as manutenções são a cada 20 mil km. Após 60 mil km, o dono do Equinox terá feito seis revisões e desembolsado R$ 3.132. No Jeep, terão sido três, ao custo de R$ 3.920.
Novato é generoso na lista de itens de série
De série, o Equinox traz teto solar e seis air bags (além dos obrigatórios, há os laterais e os do tipo cortina). Todos esses itens são opcionais no Compass, que, no pacote de bolsas de proteção, inclui uma para o joelho do motorista.
Exclusivos do novato são carregador da bateria do telefone celular por indução, sistema start&stop (que não pode ser desligado), auxílio às manobras de estacionamento e frenagem de emergência.
Só o Chevrolet tem assistente de permanência em faixa de rolamento. Esse item (assim como o banco do motorista com ajustes elétricos) está apenas no Compass Limited, que parte de R$ 160.990.
Em compensação, no Equinox o sistema funciona muito mal. Durante a avaliação de sete dias, entrou em ação poucas vezes, mesmo quando forçamos a saída da faixa de rolamento sem acionar a seta.
Os dois carros vêm com ar-condicionado digital com duas zonas, controlador de velocidade, partida do motor sem chave, câmera na traseira e freio de estacionamento elétrico.
A central multimídia de ambos é intuitiva e rápida. A do Chevrolet é um pouco melhor que a do Compass e seus sistemas são mais fáceis de usar – para a maioria, basta tocar em um botão no painel ou volante.
O Equinox é inferior ao Compass no nível de acabamento interno. A cabine é bonita, mas há muitos plásticos duros e aparentes. Além disso, embora tenha TFT, o painel do Chevrolet tem desenho “pobre” para um carro dessa faixa de preço.