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Furgão Chevrolet 3800 de 1953 rouba a cena por onde passa
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Furgão Chevrolet 3800 de 1953 rouba a cena por onde passa

Utilitário que pertence ao Chevrolet Club de Carros Antigos é o 1º placa preta do País

Thiago Lasco

26 de nov, 2017 · 6 minutos de leitura.

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Chevrolet 3800
Crédito:Furgão 3800, de 1953, mantém o vigor e serve de carro de apoio nos eventos do clube do Chevrolet. Foto: Rafael Arbex/Estadão

Os encontros organizados pelo Chevrolet Club do Brasil de Carros Antigos, na capital paulista, são um rico inventário de modelos fabricados pela GM norte-americana e suas divisões. No acervo dos sócios, há desde veículos nostálgicos, como Fleetline, Bel Air e Cadillac, até ícones esportivos, caso do Camaro e do Corvette. Mas a majestade entre as estrelas – e que nunca deixa de marcar presença nos eventos do grupo – é um furgão 3800 feito em 1953.

Primeiro exemplar a receber placas pretas no País (seu certificado de originalidade é o de número 001), o utilitário foi adquirido pelo CCBCA em meados da década de 80. O clube precisava de um veículo de apoio e a diretoria queria um carro que representasse a essência do grupo, como uma espécie de marca registrada.

O furgão foi encontrado por um dos diretores em um evento de antigos no Shopping Center Norte, na capital, que negociou sua compra. Estava bem conservado e, embora não esconda os sinais da passagem do tempo, ainda mantém o vigor.

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Afinal de contas, é preciso estar com a “saúde” em dia para cumprir as missões que a atribulada agenda do clube requer. Nos encontros do CCBCA, é no Chevrolet que são transportados os comes e bebes e também materiais como cadeiras e barracas, por exemplo.

Quando os membros vão com suas relíquias a algum evento no interior do Estado, o furgão escolta a caravana, fazendo as vezes de carro madrinha.

Além disso, o 3800 participa de ações filantrópicas promovidas pelo CCBCA ao longo do ano, como campanhas do agasalho e distribuição de alimentos a entidades assistenciais.


Mecânica. Quem normalmente assume o volante do Chevrolet e faz eventuais reparos é Carlos Angelim, dono de uma oficina mecânica e sócio do clube. Mas os outros membros do grupo também dão seus pitacos.

“Pelo menos 80% dos sócios são da terceira idade e têm larga experiência com modelos dessa época. Por isso, sabem detectar problemas com facilidade e sugerir melhorias”, conta o presidente do conselho do CCBCA, Jerônimo Ardito.

Segundo ele, o furgão é valente e não dá dor de cabeça. Durante as mais de três décadas sob os cuidados do clube, seu motor de seis cilindros e 92 cv nunca foi retificado.


A única dificuldade são os pneus (que precisam ser importados, pois não há peças nacionais nas medidas utilizadas no modelo) e no sistema elétrico, que tem bateria de 6 volts. Além de raras, elas são menos duráveis que as atuais, de 12 volts.

Dono de uma empresa de ônibus, Ardito afirma que adora guiar o 3800. “É uma delícia de dirigir. A marcha lenta tem a regularidade da de um modelo novo”, descreve, acrescentando que se trata de um carro para iniciados. “Se você o entregar para qualquer um, a pessoa não saberá ligar o motor (a partida é mecânica e acionada por pedal) e nem trocar as marchas.”

História. O Chevrolet 3800 faz parte da família de modelos comerciais lançada pela GM logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. A linha leve, chamada de Thriftmaster, tinha as versões 3100 e 3600, além do próprio 3800, enquanto a pesada, Loadmaster, incluía as variantes 4100, 4400, 6100 e 6400. Com elas, a empresa oferecia, entre picapes, furgões e caminhões, opções com capacidade de carga de 1.905 kg a 7.250 kg.


Dos modelos da linha leve, o de maior sucesso no Brasil foi o 3100, apelidado carinhosamente de “Boca de Sapo” por causa do desenho da dianteira. Após ser nacionalizado, o utilitário deu origem às picapes que ficaram conhecidas como “Marta Rocha” (1955-1959) e “3100 Brasil” (1959-1963).

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.