Dois importantes representantes do segmento de utilitários-esportivos de luxo, o Discovery e o Q7 se enfrentam – em duelo de modelos a diesel. A nova geração do Land Rover feito na Inglaterra, que chegou no semestre passado ao Brasil, tem preço de R$ 424 mil na opção de topo, HSE Luxury. Já o Audi produzido na Eslovênia é oferecido em única versão, Ambition, cuja tabela é de R$ 424.990.
Vencedor, o Discovery sobressaiu, principalmente, por ter tanto conforto quanto o Q7, mas ser mais eficiente na aptidão off-road. Entre os itens que auxiliam no desempenho fora de estrada está a suspensão a ar de série. No Audi, ela é opcional vendido por R$ 20 mil.
Além disso, o Discovery tem revisões mais baratas, seguro que custa a metade e porta-malas maior. Com a terceira fileira de bancos rebatida, são 926 litros, ante os 890 litros do Q7, que também tem sete lugares.
Entre os itens de série, ambos trazem seis air bags, controles de tração, estabilidade e velocidade de cruzeiro e assistentes de partida em rampa, de descida e de declive. Há ainda porta-malas com acionamento elétrico, câmera de 360º, teto solar e bancos com ajuste elétricos e memória, entre outros mimos.
Os dois utilitários-esportivos trazem motores 3.0 V6 turbo de 258 cv de 61 mkgf. O câmbio é automático de oito marchas (com função esportiva), com opções de trocas manuais. No Discovery, elas são feitas somente por aletas atrás do volante. No Q7, há a possibilidade de mudanças na alavanca.
A tração, em ambos, é integral. No Land Rover, há uma série de ajustes para o uso no fora de estrada, destinado a diferentes tipos de terrenos, além de reduzida. O Audi conta apenas com um modo off-road que mapeia a tração e muda a resposta da direção e do acelerador.
As respostas ligeiramente mais ágeis do Q7 em arrancadas são resultado do peso 250 kg inferior ao do Discovery. Nas curvas, ambos se comportam bem, apesar de serem grandalhões. O Discovery tem reações mais lentas, enquanto o Audi oferece respostas um pouco mais ágeis, resultado do ajuste da direção eletroidráulica mais direta.
A ergonomia do Audi é melhor, já que quase todos os comandos são realizados por um seletor no console central, o que facilita a vida do motorista – que nem tira os olhos da pista quando se habitua com o sistema. No Discovery, são muitos menus a serem acessados, e tudo precisa ser feito por meio da tela da central multimídia.
Esse monitor ficou melhor na nova geração e traz opções para acesso rápido, mas continua não sendo muito ágil nas respostas aos comandos.
Modelo inglês investe mais no conforto a bordo
No desenho, o Discovery apela para sua herança das gerações anteriores. E isso é bom. Com a linguagem visual da Land Rover, mas sem abrir mão de detalhes, como o “ressalto” no teto para garantir espaço para dois adultos na última fileira, ele é facilmente identificável.
Já o Q7, como todo modelo da Audi, tem visual semelhante ao de toda a gama, sem nenhum aspecto estético exclusivo. Falta inovação ao desenho.
Em relação à geração anterior, o Audi oferece o painel de instrumentos virtual, que tem melhor visualização, enquanto o Discovery adota o conceito analógico. Apesar de ser menor, o Land Rover aproveita melhor o espaço a bordo. Há, por exemplo, muitos porta-objetos espalhados pela cabine – um deles escondido atrás da tela central.
Quem vai sentado no meio na segunda fileira do Land Rover tem mais conforto, pois o assoalho é quase plano. No Audi, é praticamente impossível esse passageiro se acomodar bem, pois o túnel central é alto.
Na terceira fileira de bancos, o acesso é mais fácil no inglês, que também se mostra mais espaçoso para adultos.
PRÓS E CONTRAS
LAND ROVER DISCOVERY
Prós: Interior. Além de acomodar melhor sete pessoas, o utilitário-esportivo tem
porta-objetos espalhados por toda a cabine.
Contras: Usabilidade. Acessar os comandos e funções na central multimídia é um processo mais lento que no Q7.
AUDI Q7
Prós: Desempenho. Mais leve, o Q7 tem respostas mais ágeis e diretas do motor e também da direção, entregando mais prazer de dirigir.
Contras: Espaço. Túnel central alto atrapalha quem vai no meio e terceira fileira não acomoda bem adultos.
OPINIÃO: Suprassumo da tecnologia é item opcional
Se você ouvir o vendedor dizendo que o Audi tem um eixo traseiro que esterça, é verdade. Porém, você terá de pagar R$ 27 mil no pacote que traz também sistema de visão noturna e o que projeta as informações do painel no para-brisa.
Os kits opcionais com os itens mais interessantes não são exclusividade do Audi. A unidade avaliada do Discovery tinha acionamento elétrico das segunda e terceira fileiras de bancos, que custa R$ 3.500. Esse recurso pode até ser uma amenidade dispensável para alguns.
No entanto, até controlador de velocidade adaptativo (ACC) é extra. Ele custa R$ 5 mil no modelo da Land Rover. A Audi cobra R$ 13 mil pelo recurso, que vem em pacote com outros itens de eletrônicos de segurança.
Isso não faz sentido em carros que custam mais de R$ 400 mil. Para se ter uma ideia, até a versão de topo da Ranger, cujo preço é de R$ 190.190, vem com ACC de série.
Por isso, se você fizer questão de ter o suprassumo da tecnologia de série em carros desse segmento, talvez o Volvo XC90 seja a melhor opção. O carro não oferece opcionais. Por R$ 419.950, tudo nele é de série.