Você está lendo...
Exportação de carros antigos está em alta no Brasil
Notícias

Exportação de carros antigos está em alta no Brasil

Clássicos nacionais, como os Volkswagen ‘a ar’ são cobiçados fora do País; mas europeus também estão indo embora

José Antonio Leme

21 de fev, 2018 · 5 minutos de leitura.

Publicidade

carros antigos
VW SP2 é um dos modelos nacionais mais desejados da Volkswagen até hoje por colecionadores
Crédito:Jornal do Carro/Estadão

Em outros tempos, quando a moeda era mais forte, o Brasil virou destino de vários carros antigos importados. Agora, o jogo virou: o País se tornou base de exportação desse tipo de veículo, e não apenas nacionais. A partir daqui, são exportados modelos europeus e americanos raros.

Os nacionais mais desejados no exterior são os Volkswagen com motor a ar, segundo Maurício Marx, dono da Universo Marx, loja especializada em antigos. “Há procura por carros como o SP2 (foto acima), Brasilia, Variant e TL”. Outro “a ar” que faz sucesso lá fora é o Willys Interlagos, versão brasileira do Renault Alpine.

Os fora de série também são cobiçados. É o caso de Puma, Puma DKW, Malzoni GT, além do Envemo 90 e dos Chamonix (réplicas dos Porsche 356 e Spyder 550, respectivamente).

Publicidade


Roberto Suga, presidente da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), conta que muitos importados também estão indo embora. “Carros raros, como o Mercedes-Benz 300 SL, acabam sendo exportados. Como têm valores muito altos, não é fácil encontrar compradores aqui”, afirma.

PROCESSO

Para trazer um carro do exterior ou vender para alguém fora do País é necessário o Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (RADAR). Esse documento é emitido pela Receita Federal.

Ainda assim, será preciso contratar o serviço de um despachante aduaneiro, que fará o procedimento de envio e embarque do veículo na alfândega. O serviço desse profissional custa cerca de US$ 1 mil (em torno de R$ 3,3 mil)


O mais comum é utilizar os serviços de uma trading – empresa especializada em importação e exportação. Nesse caso, o carro será vendido à trading, ainda no Brasil, e por ela negociado com o comprador final.

O serviço, que custa cerca de R$ 3 mil, costuma ser contratado por estrangeiros que querem evitar riscos. Isso porque a empresa se responsabiliza por informar as reais condições do veículo, algo impossível de ser constatado por quem está do outro lado do oceano.

Fechado o negócio, é preciso informar ao Detran que o carro irá para fora do País. Com isso, é dado baixa nas placas, que devem ser entregues ao Departamento de Trânsito local.


ENVIO

O envio pode ser feito por navio ou avião. O primeiro custa cerca de US$ 1,5 mil (R$ 5 mil) – são cerca de 15 dias até o destino. O custo do aéreo é de cerca de US$ 5 mil (R$ 16 mil). Suga lembra que no transporte marítimo o risco de o veículo sofrer danos é maior.

REPATRIAÇÃO

Presidente da FBVA, Roberto Suga diz que há um “buraco” na lei que complica a repatriação de veículos nacionais. Segundo ele, carros que saíram do País com a antiga placa amarela, de duas letras e quatro números, podem voltar e receber a cinza, com três letras e quatro números.

Contudo, a legislação não prevê o retorno de modelos que já tinham a placa cinza antes de sair. Ou seja: se um desses veículos voltar, não poderá reaver a placa anterior, que teve baixa no Detran, nem receber uma nova.


Por isso, ficará impedido de rodar, tornando-se exclusivo para exposição. Suga diz que a FBVA está em tratativas com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para tentar solucionar esses casos.

Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.