No segmento de utilitários-esportivos compactos, Tracker e Kicks foram os grandes destaques de janeiro. O carro da Nissan obteve o segundo lugar em vendas da categoria.
Opinião: Brasileiro parece não fazer questão de motor potente
Já o mexicano produzido pela Chevrolet somou 2.344 emplacamentos e teve o melhor desempenho de sua carreira no País, com o quinto lugar entre os SUVs pequenos. Por isso colocamos os dois frente a frente neste comparativo.
No fim do ano passado, o Tracker recebeu atualizações na versão de topo, que até mudou de nome e passou a se chamar Premier (antes era LTZ). Essa opção do Chevrolet, tabelada a R$ 98.790, traz itens como controle eletrônico de estabilidade, corrigindo aquela que era sua maior falha.
Um dos modelos mais ágeis do segmento, o Tracker encara o espaço e o acabamento interno caprichado do Kicks, que comparece ao comparativo também na versão de topo, SL Pack Tech, a R$ 89.890.
No duelo entre desempenho e amplitude, o Nissan levou a melhor por sobressair em três dos cinco itens que têm peso dois (pois são importantes para os consumidores de SUVs compactos) no comparativo (confira no quadro acima).
Os preços e a lista de equipamentos são semelhantes, mas o Kicks é superior em conforto, equipamentos, espaço e porta-malas. Com controle ativo de chassi, o Nissan apresenta rodar um pouco mais suave que o do Tracker, privilegiando o bem-estar dos ocupantes.
Motorista e passageiros também ficam mais bem acomodados no Kicks. No banco de trás, há um pouco mais de conforto, graças ao entre-eixos maior. No quesito espaço o Nissan também leva vantagem no porta-malas, que tem 432 litros, ante apenas 306 litros do Chevrolet.
A lista de equipamentos dos dois é bem ampla. Além do controle de chassi, o Kicks tem ar-condicionado digital (não disponível no rival) e air bags laterais e de cortina. Opcionais no Tracker, as bolsas fazem parte de um pacote que inclui alertas de colisão frontal e de mudança de faixa, que custa R$ 3.200.
O Kicks traz ainda câmera de 360°. Em contrapartida, a da traseira, única disponível no Tracker, tem resolução bem superior à do rival. Só o Chevrolet traz de série teto solar elétrico, alerta de ponto cego e sistema start&stop. Esses itens não são oferecidos no Nissan nem como opcionais.
Os dois vêm de fábrica com centrais multimídia igualmente intuitivas. Também têm direção com assistência elétrica, controlador de velocidade, partida por botão, assistente de saída em rampa e controles de estabilidade e tração, entre outros.
O acabamento interno é um ponto alto do Nissan. A bordo, é difícil se lembrar que o utilitário utiliza a mesma plataforma do March. Quase não há semelhanças com o hatch.
Os revestimentos têm alta qualidade e as peças são muito bem encaixadas. Chama a atenção o belo painel, com tela digital de 7” no centro, que mostra diversas funções do SUV.
RODANDO
O conjunto mecânico do Tracker dá um baile no do Kicks. Seu moderno motor 1.4 com turbo e injeção direta de combustível gera até 153 cv, ante os 114 cv do 1.6 que equipa o Nissan. O torque disponível no Chevrolet, além de maior é entregue em baixa rotação.
Para completar a superioridade, o câmbio automático de seis marchas do Tracker é mais rápido e preciso nas trocas que o CVT do Nissan. A transmissão do Kicks fica bastante “confusa” em algumas situações, principalmente quando o motorista pressiona fundo o pedal do acelerador para ganhar velocidade.
O Tracker é ágil em qualquer situação. O Kicks até vai bem quando a ideia é acelerar de forma mais gradual, sem exigir muita força do motor. Porém, sua falta de fôlego fica evidente em subidas, por exemplo, que, na maioria das vezes, o Nissan sofre para vencer.
Ao menos, o Kicks leva vantagem no consumo, que é mais baixo que o do Chevrolet em qualquer situação – de acordo com dados do Inmetro. Os dois carros têm boa estabilidade e pouca rolagem de carroceria. Em ambos, as respostas dos sistemas de direção são diretas.
As fotos do Kicks são da versão intermediária, SV. E o rack de teto é um acessório vendido nas concessionárias Nissan.