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Tracker e Kicks se enfrentam em comparativo
Comparativo

Tracker e Kicks se enfrentam em comparativo

Destaques de vendas em janeiro, Tracker e Kicks fazem duelo para provar qual é o melhor

Rafaela Borges

25 de fev, 2018 · 7 minutos de leitura.

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Tracker e Kicks
Tracker e Kicks
Crédito:Chevrolet foi o quinto SUV compacto mais vendido e Nissan, o segundo (Foto: Gabriela Biló/Estadão)
Tracker e Kicks

No segmento de utilitários-esportivos compactos, Tracker e Kicks foram os grandes destaques de janeiro. O carro da Nissan obteve o segundo lugar em vendas da categoria.

Opinião: Brasileiro parece não fazer questão de motor potente

Já o mexicano produzido pela Chevrolet somou 2.344 emplacamentos e teve o melhor desempenho de sua carreira no País, com o quinto lugar entre os SUVs pequenos. Por isso colocamos os dois frente a frente neste comparativo.

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No fim do ano passado, o Tracker recebeu atualizações na versão de topo, que até mudou de nome e passou a se chamar Premier (antes era LTZ). Essa opção do Chevrolet, tabelada a R$ 98.790, traz itens como controle eletrônico de estabilidade, corrigindo aquela que era sua maior falha.

Um dos modelos mais ágeis do segmento, o Tracker encara o espaço e o acabamento interno caprichado do Kicks, que comparece ao comparativo também na versão de topo, SL Pack Tech, a R$ 89.890.

No duelo entre desempenho e amplitude, o Nissan levou a melhor por sobressair em três dos cinco itens que têm peso dois (pois são importantes para os consumidores de SUVs compactos) no comparativo (confira no quadro acima).


Os preços e a lista de equipamentos são semelhantes, mas o Kicks é superior em conforto, equipamentos, espaço e porta-malas. Com controle ativo de chassi, o Nissan apresenta rodar um pouco mais suave que o do Tracker, privilegiando o bem-estar dos ocupantes.

Motorista e passageiros também ficam mais bem acomodados no Kicks. No banco de trás, há um pouco mais de conforto, graças ao entre-eixos maior. No quesito espaço o Nissan também leva vantagem no porta-malas, que tem 432 litros, ante apenas 306 litros do Chevrolet.

A lista de equipamentos dos dois é bem ampla. Além do controle de chassi, o Kicks tem ar-condicionado digital (não disponível no rival) e air bags laterais e de cortina. Opcionais no Tracker, as bolsas fazem parte de um pacote que inclui alertas de colisão frontal e de mudança de faixa, que custa R$ 3.200.


O Kicks traz ainda câmera de 360°. Em contrapartida, a da traseira, única disponível no Tracker, tem resolução bem superior à do rival. Só o Chevrolet traz de série teto solar elétrico, alerta de ponto cego e sistema start&stop. Esses itens não são oferecidos no Nissan nem como opcionais.

Os dois vêm de fábrica com centrais multimídia igualmente intuitivas. Também têm direção com assistência elétrica, controlador de velocidade, partida por botão, assistente de saída em rampa e controles de estabilidade e tração, entre outros.

O acabamento interno é um ponto alto do Nissan. A bordo, é difícil se lembrar que o utilitário utiliza a mesma plataforma do March. Quase não há semelhanças com o hatch.


Os revestimentos têm alta qualidade e as peças são muito bem encaixadas. Chama a atenção o belo painel, com tela digital de 7” no centro, que mostra diversas funções do SUV.

RODANDO

O conjunto mecânico do Tracker dá um baile no do Kicks. Seu moderno motor 1.4 com turbo e injeção direta de combustível gera até 153 cv, ante os 114 cv do 1.6 que equipa o Nissan. O torque disponível no Chevrolet, além de maior é entregue em baixa rotação.


Para completar a superioridade, o câmbio automático de seis marchas do Tracker é mais rápido e preciso nas trocas que o CVT do Nissan. A transmissão do Kicks fica bastante “confusa” em algumas situações, principalmente quando o motorista pressiona fundo o pedal do acelerador para ganhar velocidade.

O Tracker é ágil em qualquer situação. O Kicks até vai bem quando a ideia é acelerar de forma mais gradual, sem exigir muita força do motor. Porém, sua falta de fôlego fica evidente em subidas, por exemplo, que, na maioria das vezes, o Nissan sofre para vencer.

Ao menos, o Kicks leva vantagem no consumo, que é mais baixo que o do Chevrolet em qualquer situação – de acordo com dados do Inmetro. Os dois carros têm boa estabilidade e pouca rolagem de carroceria. Em ambos, as respostas dos sistemas de direção são diretas.


As fotos do Kicks são da versão intermediária, SV. E o rack de teto é um acessório vendido nas concessionárias Nissan.

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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”