Prestes a completar 20 anos de produção no Brasil, a picape Mitsubishi L200 chega à linha 2019 com poucas mudanças e um enxugamento de opções. Saem de cena os modelos Savana e Outdoor, e permanece a Triton Sport, em cinco versões, da GL (básica, destinada a frotistas, por R$ 120.990) à HPE-S, a mais equipada, por R$ 174.990. Se o modelo traz poucas novidades, ao menos os preços são os mesmos da linha 2018. As vendas já começaram.
A maior novidade é a central multimídia compatível com Android Auto e Apple CarPlay. A tela não mudou de tamanho (7″), mas o sistema é novo. O pacote mais completo (que já vem com aplicativos como Waze e Spotify, além de navegador por GPS) equipa somente a versão mais cara. Além disso, apenas ela recebeu as novas rodas de 17″ (nas demais, o diâmetro é de 16″).
Outra diferença visual está na grade. São três formatos: na HPE-S, ela tem aletas horizontais. As duas versões intermediárias (GLS e HPE) mantiveram o estilo do modelo anterior, enquanto nos dois modelos de entrada (GL e GLX) as aletas estão na vertical, e não têm pintura. Todas têm faróis escurecidos.
A L200 Triton Sport é produzida apenas com cabine dupla, tração 4×4 e motor 2.4 turbodiesel, de 190 cv. Dirigimos a versão HPE-S por um trecho de mais de 60 km, a maior parte fora de estrada. Na terra, a picape mostrou valentia. A suspensão do modelo topo de linha foi recalibrada para preservar o conforto mesmo com as rodas maiores (nas demais, não houve mudança). A L200 absorve bem a buraqueira do caminho, passando pouca vibração para a cabine.
Motor 2.4 econômico
O seletor giratório de tração tem quatro posições, de fácil manuseio: 4×2, 4×4, 4×4 com bloqueio de diferencial e 4×4 reduzida. Em relação à concorrência, o motor 2.4 de alumínio tem potência abaixo de modelos como Ford Ranger e Chevrolet S10 (200 cv), mas acima da líder de mercado, Toyota Hilux (177 cv). O torque (43,9 mkgf) também está abaixo da Ranger (47,1 mkgf) e Hilux (45,9 mkgf).
Na prática, a força menor é compensada pelo fato de a L200 Triton ser mais leve que as concorrentes. Como exemplo, enquanto a Hilux pesa 2.090 kg e a S10, 2.101 kg, a picape da Mitsubishi tem 1.950 kg. O câmbio automático tem cinco marchas, uma a menos do que a maioria das concorrentes.
Embora ande menos que as oponentes diretas, a Triton por outro lado é a mais econômica. De acordo com os dados do Inmetro, ela é a única com nota A na categoria. Os dados oficiais apontam para média urbana de 9,9 km/l e rodoviária de 11,8 km/l.
Outro ponto positivo da picape produzida em Catalão, em Goiás, desde outubro de 1998 é o bom diâmetro de giro (o menor da categoria, garante a fabricante), graças à reduzida distância entre os eixos (3 metros). Como comparação, S10 e Amarok têm 3,1 metros. Isso facilita as manobras de estacionamento, especialmente na cidade.
O eixo traseiro mais perto da cabine poderia comprometer o espaço no banco de trás, mas a Mitsubishi contornou o problema criando um desenho que ela batizou de linha “J”: uma curva em forma de “J” que tira um pedaço da parte inferior da cabine, nas extremidades.
Acabamento simples
O acabamento é simples mesmo na versão mais cara: os plásticos de revestimento de painel e laterais são rígidos. O computador de bordo aparece em um pequeno display digital localizado entre o velocímetro e o conta-giros. Na unidade avaliada, o porta-luvas não estava abrindo com facilidade ao se apertar o botão.
De série, a versão mais cara vem com bancos de couro (o do motorista tem ajustes elétricos), sete air bags (dois frontais, dois laterais, dois do tipo cortina e um de joelho), vidros elétricos (com sistema de “um toque” apenas no do motorista), ar-condicionado digital de dupla zona, chave presencial, botão de partida (do lado esquerdo do volante), direção hidráulica com coluna regulável em altura e profundidade e faróis de xenônio, entre outros itens.
A garantia é de três anos e o intervalo entre as revisôes é de seis meses. De acordo com a Mitsubishi, o intervalo reduzido justifica-se pelo fato de que na média as picapes rodam bem mais que automóveis de passeio.
De acordo com a Mitsubishi, a versão HPE-S deverá ser a mais vendida da linha, com 30% de participação.