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Range Rover Velar encara o Audi SQ5 e o Porsche Macan
Comparativo

Range Rover Velar encara o Audi SQ5 e o Porsche Macan

O novato Range Rover Velar encara o também estreante Audi SQ5 e o veterano Porsche Macan

Igor Macário

09 de mai, 2018 · 11 minutos de leitura.

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velar
PORSCHE MACAN, RANGE ROVER VELAR E AUDI SQ5. FOTO: FELIPE RAU/ESTADÃO
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A Land Rover quebrou paradigmas ao lançar o Range Rover Velar e trazer o forte apelo visual do Evoque ao segmento de utilitários médios. Neste comparativo, a versão de topo do inglês, HSE R-Dynamic V6, a R$ 445.900, desafia o veterano Porsche Macan GTS, a R$ 458 mil, e o também recém-lançado SQ5. Embora o Audi tenha tabela a partir de R$ 397.990, seu preço vai a R$ 411.990 com a inclusão do sistema de câmeras ao redor do carro e monitor de ponto cego, o único opcional do carro no País, a R$ 12 mil.

Assim como o Velar, Macan e SQ5 têm motor 3.0 V6 a gasolina sobrealimentado e tração 4×4. Além do interior e do porta-malas maiores, o Range Rover é mais confortável e, por isso, venceu o comparativo. O V6 do Velar é o mais potente trio. Tem 380 cv, ante os 360 cv do Porsche e os 354 cv do Audi.

O Velar inova em conectividade. Traz duas telas que permitem ajustar vários de seus sistemas eletrônicos. A do alto do painel pode mostrar dados do navegador GPS, enquanto a inferior regula o ar-condicionado, por exemplo.

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Segundo colocado, o SQ5 é importado do México. Seu principal destaque é o sistema de condução semiautônoma, que atua em conjunto com o controle de cruzeiro adaptativo. O dispositivo é capaz não apenas de regular a velocidade automaticamente, de acordo com o tráfego à frente, como também esterçar o volante e manter o SQ5 no rumo desejado pelo motorista.

O terceiro lugar do Porsche se deu basicamente pela ausência de alguns equipamentos de segurança, como controle de cruzeiro adaptativo, frenagem automática de emergência e monitor de ponto cego.

Em comum com os rivais, o alemão traz apenas monitoramento de permanência em faixa de rolamento. Ou seja: está muito aquém do pacote de equipamentos de Audi e Land Rover, a despeito da tabela mais salgada.


A favor do Macan está o desempenho mais instigante. Embora não seja o mais potente, seu V6 tem o maior torque e o acerto do Porsche é voltado ao desempenho, como a sigla GTS evidencia. Além disso, os materiais nobres no acabamento, como Alcantara e metal, agradam.

Macan GTS é o mais veloz e o mais esportivo

O ponto forte do Macan é a esportividade. Embora não tenha o motor mais potente, é o Porsche que coloca o maior sorriso no rosto do motorista. O 3.0 pode acelerar o Porsche de 0 a 100 km/h em 5,2 segundos, o menor tempo entre os participantes do comparativo, e o levar a 256 km/h.


Velar e SQ5 têm velocidade limitada a 250 km/h e são só alguns décimos de segundo mais lentos que o rival. Mas é ao volante que o Porsche revela suas maiores virtudes. A suspensão é firme e a direção tem respostas muito diretas. Isso faz do Macan o mais ágil na hora de mudar de faixa ou em uma sequência de curvas fechadas.

O melhor é que isso vem embalado pelo ronco grave do motor quando o motorista pisa fundo no acelerador. O som rouco deixa claro que o V6 biturbo está sempre pronto a agir, mesmo no modo normal de condução.

Além da falta de alguns itens, que evidencia se tratar de um projeto mais antigo, o Macan perde para os concorrentes no quesito espaço interno.


SQ5 é um SUV discreto e muito eficiente

Se Macan e Velar atraem olhares por onde passam, o SQ5 vai no sentido contrário e tem a discrição como uma das maiores virtudes. Até mesmo o timbre do V6 turbo é sutil – é difícil saber que se trata de um Q5 “diferente”.

Mesmo com “apenas” 354 cv, o Audi acelera de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos. Graças ao suave câmbio automático de oito marchas, o mexicano ganha velocidade sem drama e com menos emoção que os rivais.


O SQ5 vai bem em qualquer situação. Embora esteja longe de ser um carro sem graça, o Audi acaba ofuscado pela opulência do Macan e, principalmente, pelo visual do Velar.

Apesar de usar a mesma base do Macan, o Audi é mais espaçoso que o Porsche (as duas marcas são do Grupo VW). Também é refinado e suave ao volante. Além disso, seu V6 é para lá de econômico. Não foi difícil ver a marca de 8 km/l no computador de bordo em uso urbano.

Velar tem amplo espaço e visual arrebatador


Não há como passar despercebido a bordo do Velar. Seja pelas linhas imponentes, pela sofisticação que inspira ou pelo ronco agudo quando seu V6 é provocado, o Range Rover faz torcer pescoços por onde passa.

Isso se confirma desde a hora de entrar no carro. As maçanetas, que ficam embutidas nas portas, saltam às mãos quando as travas são desbloqueadas.

O interior mantém o ar de modernidade. Há telas sensíveis ao toque que facilitam a interação. Botões giratórios comandam o ar-condicionado e podem ser configurados para passar a acionar o sistema Terrain Response ou o aquecimento dos bancos, por exemplo.


Em movimento, o desempenho é muito bom. Em curvas, o Velar só não é tão afiado quanto o Macan, por causa da suspensão mais macia.

Seu V6 tem funcionamento suave e o torque total surge a partir das 3.500 rpm, bem acima da faixa de rotação do início da entrega de força dos motores dos rivais – menos de 2 mil rpm.

Isso significa que, para ter o mesmo nível de resposta, o motorista precisa explorar mais o câmbio, o que não chega a ser um problema. Isso porque a caixa automática de oito marchas é muito eficiente e trabalha de forma quase imperceptível. Apesar de ser maior que os rivais, o Velar é o mais leve do trio.


Com 2,87 metros de entre-eixos, é também o que melhor acomoda os ocupantes. Quem vai atrás pode reclinar o encosto do banco (o ajuste é elétricos). Se tiver mais de 1,80 m, contudo, a viagem poderá não ser tão confortável.

OPINIÃO: Utilitários e a aura de liberdade


Os puristas que me perdoem, mas utilitários-esportivos são carros legais, sim. A versatilidade oferecida por esses modelos é sedutora. Também é a ideia de que a bordo de um desses carros não é preciso se preocupar tanto com buracos, valetas ou alagamentos em dias de chuva forte.

Melhor ainda quando esse conjunto vem embalado em um pacote luxuoso e traz motor potente, como o oferecido pelos carros deste comparativo. Todos têm porte imponente e presença notável mas o Porsche foi o que mais me surpreendeu. Ele é o que tem o perfil mais esportivo dos três, mas ainda assim mantém as qualidades de utilitário-esportivo.

Pode não ter (ao menos aqui no Brasil) a parafernália eletrônica mandatória nos dias de hoje, mas é extremamente competente no que se propõe. É fácil se imaginar ao volante do Macan em meio a uma estrada poeirenta em algum rincão do País ou atravessando a porteira de uma fazenda.


SQ5 e Velar também passam essa impressão, mas no caso deles isso tende a ser algo esperado. O Velar é uma proposta excelente, maior e mais potente que o Evoque. Além disso, emula em um segmento menor a aura de sofisticação que só o Vogue conseguia entregar. O Range Rover é tão bom que quase me fez esquecer do ronco do Macan quando acelera forte.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.