Você está lendo...
Ford Corcel 1977 coroou relação de afeto entre avô e neto
Carro do leitor

Ford Corcel 1977 coroou relação de afeto entre avô e neto

O bancário Rafael Moreira recebeu de presente o cupê ao qual se dedicou desde pequeno

Thiago Lasco

03 de jun, 2018 · 5 minutos de leitura.

Publicidade

Ford Corcel 1977
Crédito: Felipe Rau/Estadão
Crédito:

O Corcel ano 1977 que o bancário Rafael Moreira dirige não é apenas o registro de um passado distante da indústria automobilística brasileira. O Ford também eterniza a relação de afeto que ele construiu por mais de 20 anos com seu avô, a quem o modelo pertenceu.

“Meu avô comprou o carro zero-km para poder trabalhar como motorista de uma advogada, depois que um acidente o fez abandonar a vida de caminhoneiro. O trabalho acabou não se concretizando, mas ele se apaixonou pelo Ford e ficou com ele”, conta Moreira.

O amor do neto pelo Corcel também surgiu de forma espontânea. Era no Ford que o avô o levava para passear, desde os primeiros anos de vida.

Publicidade


Em pouco tempo, o garoto, hoje com 27 anos, já estava cuidando do carro, que inclusive lavava como se fosse dele. “Dos dez netos, eu era o único que se interessava pelo Corcel”, ele diz. “Eu gostava muito do carro e meu avô sabia disso.”

Diante de tanta dedicação, assim que chegou à maioridade o bancário recebeu o cupê de presente. O avô pediu apenas que ele continuasse cuidando bem do carro. E Moreira seguiu a orientação à risca.

“Fiz questão de preservar tudo como o meu avô deixou, incluindo os santinhos que ele, que era muito católico, mantinha afixados no painel”, explica o neto. “Manual do proprietário, chave reserva e até a nota fiscal de compra permanecem intactos até hoje.”


Os dois fizeram muitos passeios juntos a bordo do Corcel, até o avô falecer, em 2013. No som, tocavam duplas de música caipira, como Milionário & José Rico, outra paixão que foi herdada pelo neto.

Com cerca de 90 mil km rodados, o cupê sempre teve vida mansa. Poupado do uso diário, era usado pelo primeiro dono principalmente em viagens, para o litoral paulista ou a cidade de Aparecida do Norte, no interior do Estado de São Paulo.

Foi também nas mãos do avô que o Corcel ganhou alguns toques de modernidade: rodas esportivas, vidros elétricos e novos bancos dianteiros.


Ritual

Todas as sextas-feiras, o Ford sai de uma garagem alugada no centro da capital e vai para a casa do bancário, no Brás, bairro da zona leste. O carro é lavado, encerado, roda por algumas horas e, no domingo à noite, volta para a garagem. Para Moreira, esse ritual funciona como uma espécie de terapia.

“Meu trabalho é muito cansativo. O que me acalma é entrar no Corcel, limpá-lo, ligar o motor, sentir o cheiro de gasolina. Saio do carro renovado, sem estresse”, ele conta.

Pelas ruas da cidade, o tom “Vermelho Mustang” da carroceria faz com que o Ford chame a atenção por onde passa. E rende a Moreira elogios, novas amizades e algumas propostas.


“Já chegaram a me oferecer R$ 50 mil pelo Corcel. Mas vou mantê-lo pelo resto da vida, pois tenho um afeto muito grande por ele. Pretendo deixá-lo para os meus filhos e netos”, afirma o bancário. “Eu entro nesse carro e me lembro da família indo viajar, foi uma época muito boa. E guiá-lo me enche de orgulho, pelo fato de meu avô tê-lo confiado a mim.”

Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.