Você está lendo...
Chevette automático 1986 tem todo carinho de seu dono
Carro do leitor

Chevette automático 1986 tem todo carinho de seu dono

Chevrolet Chevette 1986 do vendedor Uilian Luz foi um dos primeiros sedãs compactos do País a oferecer opção sem pedal de embreagem

Thiago Lasco

29 de jul, 2018 · 5 minutos de leitura.

Publicidade

chevette
Chevette automático 1986 do leitor Uilian Luz. CRÉDITO: VALERIA GONCALVEZ/ESTADÃO
Crédito:

Quando o vendedor Uilian Luz circula com seu Chevette 1986, há um detalhe do carro que não passa despercebido e sempre causa estranheza. Trata-se do letreiro “automatic” na tampa traseira, que identifica o tipo de transmissão do Chevrolet.

Isso não é uma adaptação, como pensam alguns. Introduzida na gama do compacto a partir de 1986, a opção com câmbio automático vendeu pouco e hoje é uma das configurações mais difíceis de encontrar. O próprio Luz só soube da existência dela em 2014, quando um amigo veio lhe mostrar o sedã que havia acabado de comprar.

“Fiz uma pesquisa rápida na internet, descobri que aquele era um carro muito raro e na hora fiquei interessado em comprá-lo”, lembra o vendedor. “Fiz uma oferta e meu amigo concordou em vendê-lo.”

Publicidade


O Chevrolet estava mal conservado, com assoalho e porta-malas corroídos pela ferrugem. Peças como para-choques, lanternas e retrovisores externos eram da safra 1987, na qual o modelo recebeu uma reestilização. O engate da marcha à ré escapava com frequência.

O jeito foi desmontar o sedã e dar início a um lento processo de restauração. Luz substituiu o conjunto de câmbio e o revestimento dos bancos e saiu à caça dos componentes originais de 1986, numa busca que só terminou dois anos depois. “Deu muito trabalho. Assim que ele ficou pronto, recebeu placas pretas, realizando um sonho que eu tinha”, conta o dono.

Curta a página do Jornal do Carro no Facebook


Intervenções no Chevette

Além da caixa automática de três velocidades, o Chevette tem dois itens em sua cabine que chamam a atenção dos iniciados. Um é o grande conta-giros que Luz instalou à esquerda do painel. O outro é o ar-condicionado, afixado abaixo do porta-luvas. “Um dos donos anteriores arrancou o aparelho original do carro, então tive de instalar um universal, do mercado paralelo. Mas ele funciona bem.”

Luz diz que também mexeu na carburação e no comando de válvulas do motor, para melhorar o desempenho. “Ele ficou mais esperto. Tive a chance de testá-lo e, de acordo com a medição do navegador GPS, ele chegou a 215 km/h. Mas normalmente dirijo bem devagar”, garante.


Se o Chevette sai pouco da garagem, quando aparece em eventos automotivos ele já chega “causando”. Isso porque o vendedor toma o cuidado de retirar a porção central do escapamento, para deixá-lo barulhento. “Só assim os outros reparam nele e notam que tem câmbio automático”, ele justifica.

O incomum sedã chama a atenção inclusive da polícia rodoviária: Luz já foi parado com ele duas vezes, em Aparecida (SP) e em Paraty (RJ). “Mas os guardas só queriam ver o carro mesmo, e os dois me deram parabéns. O de Paraty até fez uma proposta de compra”, gaba-se o proprietário.

Vender o Chevrolet está fora de cogitação, mas mesmo assim Luz apreciou o episódio. “Para mim, foi muito bacana. Quando as pessoas olham o carro e fazem um sinal de ‘joinha’, a gente fica todo feliz.”


Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.