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Marcas famosas vieram de negócios de famílias
História

Marcas famosas vieram de negócios de famílias

Ford, Ferrari e Fiat são exemplos de negócios iniciados por famílias poderosas que perduram até hoje

Igor Macário

22 de ago, 2018 · 5 minutos de leitura.

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Gianni Agnelli era considerado símbolo italiano
Crédito:Foto: Reuters
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No ano que vem chegará às telonas um longa metragem, ainda sem nome definido, sobre a rivalidade entre Ford e Ferrari na temporada de 1966 da 24h de LeMans, na França. Mais do que a briga entre as duas equipes, que acabou com a vitória da Ford e o sucesso do icônico GT40, a disputa deixou em evidência duas famílias poderosas no mundo automotivo.

De um lado estavam os Ferrari, capitaneados por Enzo Ferrari, criador da marca de superesportivos. O “comendador”, como era chamado, teve dois filhos. Alfredo “Dino”, que deveria suceder o pai, mas morreu em 1956 de distrofia muscular, e Piero, atual vice-presidente da empresa.

Ford

Do outro lado da disputa estava a Ford, criada em 1903 por Henry Ford – o primeiro Model T foi lançado em 1908. Ele teve apenas um filho, Edsel, que foi presidente da empresa até sua morte, em 1943. Edsel foi sucedido na companhia por seu filho mais velho, Henry Ford II.

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O neto do fundador da companhia ficou no comando da Ford até 1960, quando foi substituído por Phillip Caldwell, primeiro presidente que não fazia parte da família.

Os Ford, no entanto, não deixaram de atuar no grupo que leva seu nome. O filho mais novo de Edsel, William Clay Ford, também assumiu várias posições na companhia. Ele foi o último dos netos de Henry Ford a falecer, em 2014.

Um de seus filhos, William Clay Ford Jr, ainda faz parte do conselho da empresa e chegou a presidi-la até 1999.


Firestone

Os Ford ainda têm uma ligação íntima com os Firestone, fundadores da conhecida fabricante de pneus. William Clay Ford se casou em 1947 com Martha Parke Firestone, neta de Harvey e Idabelle Firestone.
A relação das duas empresas ultrapassou o âmbito familiar e a Firestone forneceu pneus para a linha de montagem da Ford por mais de 90 anos.

O “casamento” nos negócios só foi desfeito nos anos 2000. Tudo por causa do escândalo do recall dos pneus defeituosos que equipavam o Ford Explorer e causaram vários acidentes graves.

Os ‘Kennedy da Itália’

A família Agnelli é daquelas dignas de filme. Entre ricos empresários, bon vivants, políticos e até príncipes e princesas, o clã é um dos mais ricos e influentes da Itália. Muito por causa da criação da Fabbrica Italiana Automobili Torino, a Fiat, em 1899. Um dos investidores era Giovanni Agnelli, patriarca da família.


Um dos filhos de Giovanni, Edoardo Agnelli II (em homenagem ao avô, Edoardo Agnelli), se tornou o principal acionista da Fiat. Mas foi sob a batuta de um de seus filhos mais novos, Gianni Agnelli, que a Fiat cresceu e se expandiu pelo mundo.

Gianni assumiu a presidência da Fiat em 1966 e revolucionou a empresa. Abriu fábricas em vários países, incluindo a unidade brasileira, e modernizou processos produtivos.

O executivo também ficou conhecido por causa do seu estilo e senso de humor peculiares. Ele era visto como a personificação do homem italiano.


Gianni teve dois filhos de seu casamento com a princesa Marella Caracciolo, Edoardo Agnelli III e Margherita Agnelli. Edoardo não se envolveu nos negócios da família, diferentemente dos filhos de Margherita, John e Lapo Elkann.

Lapo atuou nas áreas de marketing da empresa e John foi escolhido o “herdeiro” da cadeira de seu avô, Gianni. John está à frente da FCA e controla todas as atividades da companhia em conjunto com o atual CEO, Michael Manley.

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Jornal do Carro
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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”