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O futuro dos carros elétricos
Tecnologia

O futuro dos carros elétricos

Os carros elétricos ainda têm um longo caminho a percorrer até se tornarem viáveis para a maior parte do público; fontes alternativas de eletricidade podem ser solução

Diego Ortiz

29 de nov, 2018 · 4 minutos de leitura.

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carros elétricos
Nissan Leaf é um dos modelos elétricos mais populares na Europa
Crédito:Nissan/Divulgação
carros elétricos

Os primeiros carros elétricos começaram a ser testados por volta de 1830 e já tinham uso prático 30 anos depois. Foram anteriores aos modelos com motor a combustão, que ganharam o mundo por causa da facilidade de reabastecimento e pressão econômica das petrolíferas, entre outros fatores. Com a pressão global para reduzir os níveis de emissões, os elétricos, enfim, começam a decolar.

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Esse tipo de tecnologia ainda “engatinha” no Brasil, mas os modelos movidos a eletricidade estão ganhando amplo espaço em outros países. É o caso de China (onde ter um elétrico custa menos), Japão e EUA, especialmente o Estado da Califórnia. Por aqui, há apenas um modelo 100% elétrico à venda, o BMW i3. Os outros “verdes” são híbridos (combinam motores a combustão e elétricos).

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A implementação de rede de recarga é um dos principais desafios à consolidação do carro elétrico. Outro, ainda mais urgente, é a ampliação da autonomia das baterias. A tecnologia de íons de lítio está defasada.
Até o criador desse sistema, o físico americano John Goodenough, de 96 anos, trabalha em uma solução que utiliza um ânodo de sódio extraído da água do mar. “Logo, surgirá uma tecnologia tão revolucionária quanto foram as baterias de íons de lítio para dominar o mercado novamente”, diz.

Tempo de recarga é alto

Mesmo quando os carros elétricos tiverem mais autonomia, ainda haverá o problema do tempo de recarga. Várias marcas prometem lançar modelos capazes de rodar 500 km em breve. Em estações com tomadas potentes, recarregar 80% da capacidade das baterias requer pelo menos 30 minutos.

Por isso, especialistas do setor apostam na célula de combustível a hidrogênio, que utiliza o gás para criar uma eletrólise que gera eletricidade para as baterias. Esse tipo de carro poderia ser abastecido com etanol (como fonte de hidrogênio), por exemplo, em um posto convencional em minutos.


O entrave é o custo (por causa dos equipamentos usados no veículo e na forma de obtenção do hidrogênio). Nesse ponto, o Brasil pode se dar bem. Presidente da FCA América Latina, Antonio Filosa diz que o etanol tem a molécula mais fácil de se extrair hidrogênio do mercado. “Isso dá uma vantagem estratégica poderosa ao País no futuro”.

Com todas as etapas a serem vencidas, a popularização do elétrico pode levar pelo menos duas décadas.

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”