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Maverick Sedan de 1977 foi salvo da ‘guilhotina’
Carro do leitor

Maverick Sedan de 1977 foi salvo da ‘guilhotina’

Sedã foi comprado zero quilômetro por pai de leitor e chegou a ter perda total declarada em 1987; Maverick foi salvo por insistência

Thiago Lasco

09 de set, 2018 · 5 minutos de leitura.

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Maverick
Maverick é da versão de entrada, Super
Crédito:Foto: Werther Santana/Estadão
Maverick

Diz a sabedoria popular que ninguém morre na véspera. O Maverick Sedan Super 1975 desta página é um exemplo disso. Ele foi abalroado em um acidente em 1987 e a seguradora declarou sua perda total. Mas ainda não era sua hora de partir, e hoje o Ford esbanja vigor.

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É verdade que o sedã só teve esse destino por insistência do administrador Paul William Gregson. O Ford foi comprado novo pelo pai dele. Depois de muitos anos dando expediente como o carro da família, ele deu ao então adolescente Paul suas primeiras lições de direção e tornou-se seu amigo inseparável.

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“Foi com este Maverick que passei a juventude, com amigos, festas, namoradas. Meus colegas tinham modelos bem mais novos, mas eu gostava do cheiro e do barulho do motor dele”, recorda o administrador.

A parceria teria tido um ponto final dramático com a colisão. Afinal, com o valor de mercado que o Ford tinha à época, a seguradora considerou que consertá-lo não compensava financeiramente. Mas Gregson não suportou a ideia de ver seu velho parceiro virar sucata.

“Fiz meu pai ir até a companhia de seguros. Ele pagou uma quantia em dinheiro para que a empresa concordasse em tirá-lo da perda total”, conta. O carro foi recuperado e voltou para a família. Embora a propriedade do veículo nunca tivesse saído das mãos do pai, era com o filho que o Maverick vivia seus grandes momentos.


No ano seguinte, o administrador associou-se a um clube dedicado ao modelo e enveredou de vez pelo mundo do Maverick. Hoje, ele tem seis unidades. Além do sedã desta reportagem, que ele herdou após a morte do pai, em 2014, a coleção inclui dois cupês americanos e um exemplar da rara perua.

“Eu queria ter tido ainda mais exemplares. Mas aí surgiram outras prioridades de vida, e o Maverick ficou muito caro”, diz Gregson. “Hoje em dia, talvez esse acervo nem tivesse acontecido. Tive sorte, as coisas ocorreram no tempo certo.”

Estrela de cinema

Em 2013, o sedã teve a pintura raspada e refeita, no mesmo tom de fábrica. “Meu pai já estava doente. Fomos buscar o carro pronto sem avisá-lo e fizemos uma surpresa para ele. Quando ele viu o Maverick entrando, quase caiu duro de emoção. Depois, olhou o Ford com um sorriso de orelha a orelha”, lembra.


Caprichoso, Gregson registra desde 1994 a evolução da quilometragem do Maverick em uma planilha. Dos 136 mil km de 24 anos atrás, o hodômetro passou para os 159.949 km atuais – uma média de comedidos mil quilômetros por ano.

Destes, alguns foram rodados diante de câmeras. Isso porque, vez ou outra, o Ford é recrutado para estrelar filmes. Nessas ocasiões, Gregson faz questão de vigiar o carro de perto.

“Não gosto de emprestá-lo para pessoas que não conhecem antigos, pois não sabem lidar com o câmbio e os freios dele”, justifica. “Uma vez, o ator não conseguia fazer a redução de jeito nenhum. Tive que ir trocando as marchas deitado no assoalho, para não sair no filme.”


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.