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Lexus NX híbrido é pura calmaria
Avaliação

Lexus NX híbrido é pura calmaria

Lexus NX troca motor 2.0 turbo por conjunto híbrido mais econômico, mas perde em desempenho

Igor Macário

02 de nov, 2018 · 7 minutos de leitura.

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lexus nx
Visual do NX tem vincos e arestas bem pronunciadas
Crédito:Foto: Felipe Rau/Estadão
lexus nx

Meio esquecido entre os utilitários de luxo, o Lexus NX está de motor novo. Saiu de cena o 2.0 turbo de 238 cv e chega uma nova versão híbrida, a NX300h, com um 2.5 acoplado a um motor elétrico e potência combinada de 197 cv. A tabela parte de R$ 229.670 na versão Dyanmic, e vai aos R$ 260.990 do F Sport das fotos.

Além do motor, não houveram mudanças no NX. O modelo continua com o visual “diferentão”, cheio de ângulos e vincos pronunciados. As luzes de LED chamam atenção e o carro é, inclusive, mais bonito ao vivo do que parece nas imagens.

Mesmo na versão de topo, com apelo esportivo, a palavra de ordem no SUV da Lexus é conforto. Os bancos são muito confortáveis e suportam bem o corpo dos ocupantes, que podem viajar por horas sem se cansar.

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O espaço interno é bom para até quatro pessoas, mas um terceiro ocupante no banco traseiro não sofrerá tanto – um dos alentos e o assoalho plano atrás.

Na F Sport testada há itens como um enorme teto solar panorâmico de vidro fixo e bancos de couro com partes vermelhas, em alusão ao caráter mais esportivo da versão. Itens como ar-condicionado automático de duas zonas e central multimídia são de série.


Desempenho muda

Mas se com o antigo 2.0 turbo o desempenho já era um tanto morno, a versão híbrida, mais fraca, é ainda mais conservadora. Em trânsito urbano, o NX é até ágil, mas não espere arrancadas fortes ou corpo colado no banco. O NX 300h é pura placidez.

Mesmo com o modo Sport ativado – que deixa as reações mais rápidas –, o utilitário é “pesadão” e tem reações mais lentas do que com o antigo 2.0 turbo sob o capô.

O câmbio CVT colabora para a suavidade no funcionamento do conjunto, mas também está longe de dar um ar esportivo ao modelo. Ao menos, o silêncio é absoluto na cabine, mesmo quando o 2.5 a gasolina está em funcionamento. O silêncio é tanto que a Lexus instalou um sistema que simula o ruído de um motor convencional na cabine do carro. O problema é que o barulho falso não tem relação alguma com a movimentação do carro e só é ligado à velocidade. Conforme o motorista acelera mais, o ruído fica mais alto e simula até trocas de marchas. Que, no entanto, são desmentidas pelo ponteiro do conta-giros fixo numa rotação graças ao câmbio CVT. Felizmente, o duvidoso recurso pode ser desligado por completo por um botão no painel.


Rodar sólido

Ao menos, a suspensão garante um rodar firme, mas sem ser desconfortável. O NX não chega a ser um tapete sobre rodas, mas filtra bem as imperfeições do asfalto sem deixar que o utilitário fique solto demais nas curvas. O Lexus NX é um SUV gostoso de guiar, mesmo sem ter um desempenho arrebatador. A direção tem relação direta com as rodas e o NX é bom de curva. Mesmo alto, não dá sustos no motorista e nem balança demais a carroceria.

A contrapartida de ser um híbrido, no entanto, é a economia de combustível. A despeito dos mais de 2.300 quilos, o NX conseguiu rodar até 12 quilômetros com um litro de gasolina na cidade de acordo com o computador de bordo, marca digna de modelos menores.


Cabine completa

Na confortável cabine, chama atenção a tela de 10,3 polegadas no alto do painel. Como não é sensível ao toque, tem um curioso “touchpad” para operação, como o mouse de um notebook. O usuário aponta um cursor até a função desejada e aperta todo o touchpad para selecionar. Inicialmente a interação causa estranheza, mas é simples de usar e fácil de acostumar. O senão da central multimídia é ainda não suportar as plataformas Android Auto ou CarPlay.

O acabamento é primoroso e o Lexus NX faz jus às origens abastadas (e à tabela acima dos R$ 250 mil). Os materiais são de ótima qualidade e a cabine exala sofisticação, ainda que não seja opulenta. Há muito couro e superfícies macias ao toque, mas a Lexus foi comedida no uso de revestimentos brilhantes. Há até um mimo para receber o motorista: banco e volante se afastam ou aproximam automaticamente quando o condutor entra ou sai do carro, para facilitar a movimentação.

Dentro do console central, há duas entradas USB e uma área para carregamento sem fio de telefones, pelo menos. Além disso, chama a atenção a qualidade do som emitido pelos alto falantes do sistema de som.


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Jornal do Carro
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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”