Blog do Boris

Não queime sua grana pelo escapamento

Motorista é tido como presa fácil em empresas do setor, pois raramente tem conhecimento técnico para recusar a “empurroterapia”

Boris Feldman

19 de nov, 2018 · 7 minutos de leitura.

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Etanol aditivado – Aditivar a gasolina (ou comprar a aditivada) é de indiscutível importância, pois seu teor de carbono é muito elevado (acima de 80%), o que provoca a formação de depósitos carboníferos na câmara de combustão. Já o etanol aditivado é pura picaretagem, pois o teor de carbono do álcool é ínfimo (inferior a 30%) e praticamente não provoca a formação de depósitos. A única vantagem em abastecer com o etanol aditivado (só encontrado nos postos Shell) é aumentar o faturamento da Shell.

Gasolina Premium – Os motores com elevada taxa de compressão agradecem o tanque abastecido com gasolina de alta octanagem (Podium, Octapro, Shell R). São os que equipam carros importados luxuosos ou esportivos, de alto desempenho. Mas, o uso da nossa gasolina comum não prejudica estes motores, que apenas perdem rendimento pois a central ajusta o ponto da ignição para evitar a detonação (“batida de pino”). Mas, por outro lado, usar gasolina premium na maioria dos carros (motor com taxa de compressão normal) é jogar dinheiro no lixo pois não se obtém melhor desempenho.

Aditivo de óleo – Os fabricantes de óleo lubrificante seguem rigorosamente as determinações das fábricas de motores. Sua viscosidade e aditivação respeitam os padrões SAE e API estabelecidos pelo fabricante e, por isso, é completamente dispensável colocar outros aditivos no óleo, muitas vezes sugeridos nos postos de gasolina ou oficinas de troca de óleo.

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GNV – Há inúmeras vantagens e algumas desvantagens ao se adaptar o carro para o gás natural. Entretanto, o tiro pode sair pela culatra. Em primeiro lugar, a adaptação só se justifica no carro que roda cerca de 5 mil km mensais. Praticamente só os taxistas. Segundo, é perigoso instalar o equipamento para GNV num motor de elevada quilometragem pois dificilmente resistirá às novas exigências do combustível. Terceiro: importante optar por um equipamento de boa qualidade, de quinta ou sexta geração. Finalmente, uma eterna dúvida: o gás natural é monopólio da Petrobras, que tem critérios pouco ortodoxos para determinar os preços dos combustíveis…

Picaretagens podem fazer você jogar dinheiro no lixo

Economizadores – Existem às dezenas e os “gênios” que os inventam se valem principalmente da internet para divulgá-los e vendê-los aos incautos. Existem alguns mais simples e baratos. E vários sofisticados e caros como os “geradores de hidrogênio” ou os “recicladores de vapor do tanque”. Pura picaretagem diante de um simples argumento: fossem eficientes, as fábricas de automóveis não estariam correndo atrás deles? Trata-se apenas de outro modo de fazer você jogar dinheiro no lixo.

Empurroterapia – O carro que chega para revisão é momento especialmente aguardado pelos consultores técnicos de algumas oficinas para enfiar a mão no bolso do freguês. Alguns são até comissionados pelo faturamento “extra”. Os itens supérfluos vão sendo acrescentados na ordem de serviço e não fogem da cartilha tradicional: limpeza de bicos (ou do sistema de injeção), do corpo da borboleta (ou TBI), do tanque de combustível (!) ou da sonda lamba (!!!). Lubrificação da suspensão, portas, maçanetas e outras articulações.


A lista é extensa e varia de acordo com a criatividade da oficina e sempre dobra ou triplica o custo da revisão pre-determinada pelo fabricante. Fácil evitar de se jogar dinheiro no lixo: basta exigir que a revisão seja restrita aos itens prescritos pela fábrica no manual, ou aos problemas relatados pelo motorista.

Não caia em golpes

Consorcio “contemplado” – Não caia nessa: consórcio é uma fórmula interessante de financiamento, mas que dá margem a muitas picaretagens. O vendedor desonesto garante ao incauto que será contemplado até a terceira ou quarta assembléia do grupo. Mentira: só se for sorteado ou der um lance vencedor. Ou tenta vender uma cota contemplada, mas com uma surpresa embutida: ao solicitar a carta de crédito, a administradora entrega junto uma“continha” (passivo) que supera o ativo. E outras picaretagens do gênero. Não se fecha negócio nenhum sem consultar previamente a administradora. E até de se informar (Banco Central) sobre a idoneidade da própria.

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Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.