Você está lendo...
Polo e Yaris fazem duelo de versões básicas com câmbio automático
Comparativo

Polo e Yaris fazem duelo de versões básicas com câmbio automático

VW Polo MSI com motor 1.6 de 117 cv enfrenta Toyota Yaris XL com motor 1.3 de 101 cv. Veja quem levou a melhor

José Antonio Leme

09 de jan, 2019 · 8 minutos de leitura.

Publicidade

hatches com câmbio automático
COMPARATIVO: VW Polo x Toyota Yaris
Crédito:Foto: WERTHER SANTANA/Estadão

Uma das disputas que começaram em 2018 chega a um capítulo inédito neste ano. Polo e Yaris se enfrentam em versões automáticas de entrada. Esse novo embate só foi possível porque na linha 2019 o Volkswagen ganhou opção sem pedal de embreagem associada ao motor 1.6 MSI – que encara o Toyota 1.3 XL com o mesmo tipo de transmissão.

INSCREVA-SE NO CANAL DO JORNAL DO CARRO NO YOU TUBE

A partir de R$ 64.850, o Polo levou a melhor, mas a vitória foi apertada. Ele tem motor mais potente, câmbio com melhores respostas, suspensão e direção mais bem ajustadas e tanque maior. O hatch da Toyota parte de R$ 67.090 e é superior na lista de equipamentos, acabamento e seguro, além de ter média de preços das revisões um pouco mais baixa.

Publicidade


Os dois saem de fábrica com trio elétrico, ar-condicionado e central multimídia. A vantagem do Yaris está em itens como ajuste de altura do volante, assistente de partida em rampa, rodas de liga leve de 15”, faróis de neblina, sistema de acendimento automático das luzes, ajuste elétrico dos espelhos e controles de tração, estabilidade e velocidade de cruzeiro. A favor do Polo há os quatro air bags e o suporte de celular.

+ Toyota Yaris XLS convoca para disputa o VW Polo Highline

No visual, o Toyota chama mais a atenção. Além disso, suas rodas são mais sofisticadas. O desenho do Polo segue o padrão de toda a linha Volkswagen (portanto, não tem identidade). Suas rodas, também com 15”, são de aço.


Internamente, o Toyota é mais bem acabado, enquanto o Polo abusa de plástico duro e sem detalhes cromados. Já no VW há mais porta-objetos, que estão mais bem distribuídos.

O painel de instrumentos do Polo oferece melhor visualização, com grafismo dos mostradores mais limpo que o do Yaris (com detalhes na cor azul no fundo do quadro, que atrapalham a leitura). A tela do computador de bordo do Toyota, na horizontal, é mais confusa.

Polo vai bem em desempenho e ergonomia

O motor 1.6 do Polo não é um primor, mas dá conta do recado com seus até 117 cv e 16,5 mkgf (com etanol). No Yaris, são até 101 cv e 12,9 mkgf, uma diferença considerável. Se somado ao câmbio CVT de respostas mais lentas que o automático convencional do VW, a desvantagem fica mais evidente.


O Polo tem a opção de trocas de marcha manuais (na alavanca). O CVT do Yaris faz o giro do motor subir muito. Por isso, mesmo com isolamento acústico melhor, o barulho do propulsor invade mais a cabine.

VÍDEO DA SEMANA: OS SEGREDOS DO JEEP COMPASS


A suspensão do Polo é mais firme, mas sem castigar os ocupantes. Nas curvas, mantém o carro estável, enquanto a do Toyota deixa a carroceria balançar mais. A direção do VW tem uma calibragem de respostas mais precisas, que cativa quem gosta de guiar.

A ergonomia pesa a favor do Polo. Os bancos dianteiros “abraçam” melhor os ocupantes e o assento é mais longo sob as pernas. A posição de guiar, mesmo sem ajuste de altura no volante, é agradável e fácil de encontrar. Isso, após horas atrás do volante faz diferença.

Os dois hatches compactos são similares em dimensões. Há 300 litros no porta-malas do Polo e 310 l no do Yaris. A distância entre os eixos é praticamente a mesma, e ambos oferecem bom espaço interno.


De acordo com informações do Inmetro, o consumo do Yaris é melhor que o do Polo (veja quadros abaixo). Porém, seu tanque de combustível menor obriga o motorista a parar mais para reabastecer.

OPINIÃO: Vida real com o Polo me convenceu

Eu gosto de dirigir, mas os congestionamentos fazem do câmbio automático uma opção melhor que o manual nas grandes cidades. Entre os dois hatches desse comparativo, eu ficaria com o Polo, por dar um prazer de guiar aliado ao conforto de uma transmissão mais ágil. O CVT do Yaris não é tão bom ou bem ajustado quanto o do Corolla. Apesar de não gostar do interior pobre do modelo da Volkswagen, eu faria vista grossa a esse detalhes graças à praticidade dos porta-objetos.


Já o Yaris é tão completinho que poderia me ganhar. As comodidades que ele oferece são vantajosas na lista de equipamentos. Porém, no período que passei no carro, a ergonomia me incomodou muito. E isso é importante para mim, pois guio longas distâncias diariamente. Além disso, o tanque menor deu a sensação de que o modelo da Toyota é mais gastão que o concorrente.

Prós e contras

VW Polo


Prós: Dirigibilidade. Carro é bom de guiar, além de trazer motor e transmissão que o deixam mais ágil que o concorrente.

Contras: Itens de Série. Modelo da Volkswagen só vem com o básico. Apenas os quatro air bags se destacam ante a lista do rival.

Toyota Yaris


Prós: Equipamentos. Lista de itens de série é mais completa que a do Polo; pacote é bem servido de
comodidades.

Contras: Desempenho. Quem faz questão de agilidade deve optar pelo Polo ou a versão 1.5 do Yaris, que anda mais que a 1.3 flexível.

Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”