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Velocidade ilimitada na Autobahn pode estar com os dias contados
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Velocidade ilimitada na Autobahn pode estar com os dias contados

Famosa rede de estradas federais da Alemanha, Autobahn pode ter seu funcionamento afetado por medidas para conter a poluição

Redação

21 de jan, 2019 · 4 minutos de leitura.

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Autobahn
Trecho com limite de 120 km/h na rodovia A27, parte do sistema Autobahn, nas imediações de Bremen (Alemanha)
Crédito:Crédito: Morris Mac Matzen/Reuters

As montadoras se esforçam para melhorar a aceleração e a velocidade máxima de seus esportivos. Mas a verdade é que há poucos espaços no mundo onde se pode usufruir do desempenho dessas máquinas, com segurança e dentro da lei. Um desses espaços é o sistema de rodovias federais da Alemanha conhecido como Autobahn. Ali, há trechos onde se pode acelerar forte, sem dó ou medo de multas. Isso porque não há limite de velocidade nesses trechos.

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Mas a curtição nesse verdadeiro parque de diversões para os fãs de velocidade pode estar com os dias contados. Pelo menos se o governo alemão acatar as sugestões apresentadas por uma comissão que discute o transporte do futuro.

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Esse órgão tem como missão indicar medidas para diminuir os danos ambientais provocados pelos meios de transporte. Também saem dele propostas como aumento dos impostos sobre os combustíveis ou cotas mínimas de eletrificação. O objetivo é ajudar o país a reduzir as emissões de poluentes e cumprir as metas estabelecidas pela União Europeia.

Emissões de poluentes não diminuem desde 1990

E o país não vai nada bem nesse quesito. Desde 1990, a Alemanha não consegue nenhuma melhora no nível de gases tóxicos produzidos. Com isso, corre o risco de sofrer pesadas sanções da UE.

Se por um lado o governo precisa proteger a poderosa indústria automotiva nacional, por outro não pode deixar de agir. O escândalo das fraudes em testes de emissões cometidas por algumas montadoras só fez aumentar a pressão em torno desse tema.


Diante disso, uma das sugestões elaboradas pela comissão para reduzir a poluição é justamente o fim da liberação completa da velocidade na rede Autobahn. Em vez disso, passaria a haver um limite de 130 km/h.

O pacote de medidas também inclui o aumento de impostos sobre os combustíveis a partir de 2023, o fim dos incentivos fiscais para carros a diesel e cotas mínimas para vendas de modelos elétricos e híbridos. O resultado prometido é animador. Seria cortada pela metade a emissão dos gases que provocam o efeito estufa.

As recomendações serão apresentadas no fim de março ao governo. Este, por sua vez, pretende promulgar uma nova lei a respeito ainda em 2019. Será necessária uma boa dose de tato e habilidade política. Isso porque tais mudanças certamente desagradarão muitas pessoas. A começar pelos fãs da Autobahn.


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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”