A General Motors pode estar perto de sair do Brasil. Pelo menos é isso que deixa claro um comunicado da empresa enviado à funcionários por e-mail e também fixado nas cinco fábricas da montadora no País.
No comunicado, Carlos Zarlenga, presidente da GM Mercosul, reproduziu matéria publicada na semana passada pelo jornal Detroit News. Ela afirma que, ao divulgar o balanço financeiro de 2018 aos acionistas, a presidente mundial da companhia, Mary Barra, deu sinais de que está considerando sair da América do Sul. Há fábricas no Brasil e na Argentina na região.
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“Não vamos continuar investindo para perder dinheiro”, disse a executiva. Segundo ela, os maiores mercados sul-americanos continuam sendo desafiadores. E “partes interessadas” na região trabalham com a empresa para tomar ações necessárias para melhorar o negócio. “Ou considerar outras opções.”
Mesmo sendo líder de mercado no Brasil, a Chevrolet vende bem apenas a linha Onix, composta pelo Prisma também. Que são carros de entrada e possuem lucratividade baixa. A picape S10 ainda garante um bom lucro, mas o modelo que poderia colocar novamente a empresa de novo no azul ainda ainda vai demorar a chegar. É o SUV compacto Tracker, marcado só para 2020.
Empresa pode deixar País mesmo após altos investimentos
Em fevereiro de 2018, a empresa anunciou R$ 1,2 bilhão de investimentos na fábrica de São Caetano do Sul, no ABC paulista. Isso para ampliar a capacidade produtiva de 250 mil para 330 mil unidades ao ano. O montante faz parte de um plano de R$ 13 bilhões que foram aplicados no País nos últimos cinco anos.
Mais que um desabafo e um pedido de socorro, a atitude do executivo da GM brasileira serve como instrumento de pressão sobre o governo contra novas medidas não protecionistas. E sobre os sindicatos para afrouxar mais as relações trabalhistas. Procurada, a assessoria de imprensa da montadora informou que não vai comentar o assunto.