Enquanto novos motores não vêm, Jeep Renegade e Honda HR-V chegam à linha 2019 com atualizações sutis de meio de vida. Ambos ganharam retoques no visual e interior para continuarem atraentes. E, mesmo com melhorias, o Jeep não conseguiu bater o bom conjunto do HR-V.
A versão de topo EXL do utilitário-esportivo da Honda supera o Renegade Limited em pontos cruciais no segmento, como porta-malas, manutenção e espaço interno. O Jeep pernambucano contra-ataca com um pacote um pouco mais completo de equipamentos, preço levemente inferior e melhor comportamento ao volante. Ainda assim, não conseguiu vencer o Honda.
O porta-malas do HR-V tem de 437 litros de capacidade. É, portanto, bem maior que o do Renegade, que leva 320 litros. A cabine do Honda também oferece mais espaço para os passageiros, principalmente os que viajam no banco de trás.
O HR-V ainda tem um engenhoso sistema modular para o banco traseiro, que permite várias configurações para levar carga e passageiros. Isso o deixa mais versátil que o Renegade, cujos bancos apenas rebatem de forma convencional.
A favor do Renegade está a lista de itens de série, que contempla equipamentos não oferecidos pelo HR-V. Só o Jeep tem chave presencial, partida por botão e ar-condicionado de duas zonas. A nova central multimídia com tela de 8,4 polegadas é superior à do Honda.
O sistema de conectividade do HR-V também melhorou bastante em relação ao anterior. O dispositivo agora é compatível com Android Auto e CarPlay, assim como o do Jeep, e está menos confuso de manusear.
Todavia, apenas o Renegade pode ter teto solar panorâmico, oferecido como opcional.
Melhores em diferentes campos
Não espere arroubos de desempenho de Renegade ou HR-V. Em comum, os dois têm motor 1.8 flexível que gera até 139 cv com etanol.
Mas o comportamento é bem diferente. Enquanto o HR-V é melhor na cidade, com arrancadas convincentes, a despeito do câmbio CVT, na estrada quem brilha é o Jeep.
Embora não pareça ser mais rápido que o rival, o Renegade é mais gostoso de guiar. O câmbio automático gerencia bem o motor que entrega mais em altas rotações.
O senão é o consumo elevado. Para que o Jeep fique mais interessante ao volante, é preciso “esgoelar” o 1.8, o que o faz gastar mais combustível.
Na estrada, o CVT do Honda eleva as rotações a níveis muito altos só para manter a velocidade de cruzeiro, o que o torna barulhento. Isso acaba quebrando a atmosfera de conforto a bordo do utilitário-esportivo.
Vídeo relacionado:
Opinião
À espera de novos motores
A briga entre HR-V e Renegade começou logo no lançamento dos dois, no início de 2015. Um dos pontos mais polêmicos é o desempenho do Renegade flexível (ou a ausência dele). Na prática, o Jeep nem é tão mais lento assim que o Honda, mas seu comportamento transparece uma calmaria excessiva. Eu esperava que a Jeep instalasse logo no SUV brasileiro os novos motores turbo que já equipam o modelo vendido na Europa. Mas parece que isso ficou para mais tarde.
As novidades sob o capô deverão revolucionar a vida do carro no País e acabar com boa parte das reclamações sobre o modelo. Mas é bom a Jeep se apressar, já que a versão Touring do HR-V está pronta e chega no segundo semestre. A novidade trará o mesmo 1.5 turbo do Civic, ainda que em calibração diferente. Mesmo sendo gerenciado pelo CVT, isso vai dar vida nova ao Honda. E inaugurar um novo capítulo nessa briga para lá de acirrada.