É comum que, para reduzir custos, algumas fabricantes usem motores de outra em seus modelos. Mas isso não necessariamente ocorre sempre em carros de baixo custo. A Aston Martin, por exemplo, usa o V8 de 4,0 litros da Mercedes-AMG para dar vida às versões mais “baratas” do Vantage.
Isso ocorre porque seria muito mais caro para a Aston Martin desenvolver um novo motor que se adequasse ao projeto do Vantage. Como marca não faz parte de nenhum grande conglomerado, ficaria caro demais criar um motor do zero. Desde 2013 a Aston mantém somente uma parceria técnica com a Daimler, controladora da Mercedes-Benz e da AMG. O V8 de 4,0 litros do Vantage é o mesmo usado no AMG GT e nos sedãs de topo da marca, como Classe E e S AMG.
No entanto, a Mercedes recorreu à Renault, com quem também mantém parceria, para fornecer o 1.5 diesel que equipa a nova geração do Classe A. A Renault também produz em conjunto com a Daimler os Smart. Os compactos foram desenvolvidos em parceria com a marca francesa e são praticamente gêmeos da atual geração do Renault Twingo.
Entre os japoneses também há troca de motores. A Toyota criou em 2012 o GT86 em parceria com a Subaru. Apesar dos emblemas da Toyota, o modelo usa um motor boxer da Subaru com 200 cv. A versão própria do cupê se chama BRZ.
Volvo e Ford
Já a Volvo usou durante muito tempo motores Ford, já que a marca sueca era de propriedade da americana. Os Volvo C30 e V40 usavam plataforma e motores compartilhados com o Focus. O 2.5 de cinco cilindros dos C30 mais potentes, aliás, era derivado do usado no lendário Focus RS de terceira geração.
Aqui no Brasil a prática também já foi bastante usada. Não só na época da Autolatina, onde Ford e Volkswagen compartilhavam quase todos os seus motores, mas também com parcerias entre Renault e Peugeot. No início dos anos 2000 a Peugeot quis fazer uma versão mais barata do 206. Para isso, recorreu à Renault para fornecer o 1.0 16v. Era o mesmo propulsor do Clio da época.
Outro caso famoso é o do mítico McLaren F1. A fabricante inglesa procurou a BMW para fornecer o V12 de 627 cv que tornou o F1 o carro mais rápido do mundo na época. Foram 106 unidades produzidas com direito a revestimento de ouro no cofre do motor.