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Type 64: ‘primeiro’ Porsche da história vira festival de polêmicas
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Type 64: ‘primeiro’ Porsche da história vira festival de polêmicas

Debate sobre a autenticidade do título dado ao Type 64 se une à confusão em leilão na noite de sábado

Redação

18 de ago, 2019 · 6 minutos de leitura.

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Type 64
Type 64
Crédito:RM Sotheby's/Divulgação

A semana de carros de Monterey, na Califórnia (EUA), teve um festival de polêmicas envolvendo o suposto primeiro Porsche da história. O modelo, um Type 64 de 1939, foi anunciado como uma das atrações da série de leilões realizadas anualmente pela RM Sotheby’s durante o evento.

Na semana de carros, que inclui também o encontro de clássicos de concurso de elegância de Pebble Beach, a expectativa era de que o modelo fosse vendido por US$ 20 milhões (aproximadamente R$ 80 milhões).

No entanto, colecionadores puristas discordaram do título dado ao Type 64. Ele não seria o primeiro Porsche da história, já que a marca foi fundada em 1948.

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O cupê Type 64 é um exemplar de três do mesmo carro produzidos por Ferdinand Porsche. À época, no entanto, a montadora de esportivos ainda não existia (leia detalhes abaixo).

Vídeo relacionado: Teste do Porsche Cayenne Coupé


 

Polêmica no leilão

Após discussões sobre o Type 64 ser ou não o primeiro Porsche da história, uma outra polêmica envolvendo o carro ocorreu na noite de sábado (17), quando ele finalmente foi a leilão.

Inicialmente, o mestre de cerimônias do evento anunciou que o cupê teria lance inicial de US$ 30 milhões (cerca de R$ 120 milhões).


Alguns minutos depois, estava na tela o valor de US$ 70 milhões (R$ 280 milhões). Porém, de acordo com a Bloomberg, logo em seguida o mestre de cerimônias se corrigiu. Os valores corretos seriam US$ 13 milhões e US$ 17 milhões.

 

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O público, formado por milionários apreciadores de carros, se revoltou com a confusão, que foi chamada pela audiência de “grande fiasco”. Os lances não ultrapassaram os US$ 17 milhões, valor considerado muito baixo pelo proprietário do carro.

Assim, o Type 64 não foi vendido no leilão de sábado. No catálogo da RM Sotheby’s, o modelo continua à venda.


Ainda de acordo com a Bloomberg, a casa de leilões foi bastante criticada pelo público do leilão, que considerou a reputação da empresa abalada após o caso de sábado.

Type 64, uma criação de Ferdinand Porsche

Para alguns especialistas presentes no leilão em Monterey, o Type 64 é um verdadeiro Porsche. Além de ter sido criado por Ferdinand Porsche . O engenheiro, inclusive, acrescentou seu nome à frente do modelo anos depois -, ele traz a filosofia de design da marca.

O desenho, marcado pelos faróis redondos e o pequeno capô, chegaria depois àquele que, de fato, é considerado o primeiro Porsche, o 356 Gmünd, de 1948.


 

RM Sotheby’s/Divulgação

 


Outros especialistas não reconhecem o modelo nem como o primeiro Porsche da história, nem como um carro da marca. O Type 64 foi feito com peças da Volkswagen e da Fiat.

À época, Ferdinand Porsche construía carros para quase todas as empresas da Alemanha. Entre seus clientes, estavam a Daimler e a Auto Union (uma das empresas que deu origem à Audi.

Posição da Porsche

Para a Bloomberg, a Porsche AG e o museu da marca, em Stuttgart, não quiseram comentar o caso. De acordo com a agência de notícias, a montadora decidiu não responder qual é a importância do Type 64 para a sua história.


O Type 64 foi criado durante o desenvolvimento do Fusca. Era uma proposta de carro esportivo que Ferdinand Porsche apresentou à Volkswagen.

O modelo teve três protótipos construídos e nunca saiu do papel. No entanto, o protótipo é a clara inspiração do 356, que traz visual praticamente idêntico.

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Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.