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Kawasaki Z400 mostra que moto pequena na pista também é divertida
Avaliação

Kawasaki Z400 mostra que moto pequena na pista também é divertida

A R$ 22.990, Kawasaki Z400 é a versão naked da Ninja 400 e divertida na pista com praticidade do uso diário

José Antonio Leme

06 de set, 2019 · 7 minutos de leitura.

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kawasaki z400
Z400 NA PISTA
Crédito:RENATO DURÃES/KAWASAKI

A Kawasaki escolheu o Autódromo de Interlagos para o lançamento da nova Z400, que substituiu a Z300. O modelo chega às lojas por R$ 22.990 nas cores verde “Kawasaki” (Candy Lime Green) e vinho (Candy Cardinal Red). Aceleramos a nova Kawasaki Ninja 400.

Por mais estranho que possa parecer escolher uma pista para o lançamento de uma moto média, a 400 mostrou que a pista também é seu habitat natural. Tanto é que dentro do Campeonato Mundial de Superbike (WSBK) há categorias de 300 cm³ e 400 cm³.

Mas o importante é que, a nova geração da naked da Kawasaki está melhor e mais divertida. A principal alteração está no motor, que cresceu de 299 cm³ para 399 cm³. Com isso, a potência e o torque aumentaram em 23% e 40%, respectivamente.

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Isso signfica 48 cv a 10 mil rpm e 3,9 mkgf a 8 mil rpm contra os 39 cv a 11 mil rpm e 2,8 mkgf a 10 mil da Z300. Esse novo conjunto de 48 cv é o mesmo que equipa sua contraparte carenada, a Ninja 400 que custa R$ 23.990. O câmbio é de seis marchas com engates fáceis.

Entre as mudanças técnicas da sucessora da Z300, estão 3 kg a menos que antecessora. Isso foi conquistado graças a mudanças no chassi e no motor. O coletor de admissão ficou mais curto, e permitiu liberar espaço sob o banco.

Para o motor render mais, não foi apenas crescer em capacidade cúbica, mas também adotar uma caixa de ar maior. Foi de 4,7 litros na Z300 para 5,8 l agora. Isso garante que o dois-cilindros “respire” mais e melhor, para garantir uma melhor queima da mistura ar-combustível.


Além disso, na redução de peso, a Kawasaki contou com a eliminação de válvulas de aceleração secundárias e com árvore de comando forjada. O sistema de escape tem uma curva mais simples, na prática isso garante que os gases sejam eliminados mais rápidos, da exaustão, deixando o motor girar mais liso. O conjunto também é mais fino. Por fim, o sistema de embreagem mais leve.

No visual, a linha é equivalente ao que se encontra nas irmãs maiores Z900 e Z1000. Muitos chanfros e agressividade em cada detalhe, o que conquista quem vê a moto, especialmente na cor verde. De série, ela traz faróis e luzes traseiras de LEDs. O painel é diferente da Ninja 400, mais compacto e ficou mais difícil de visualizar, já que tudo está mais compactado em um conjunto menor.

NA PISTA


Na pista de Interlagos, com subidas, descidas, retas boas para acelerar e também trechos travados, é facil entender como a Z400 se comporta e como a potência extra deixou a naked mais divertida, especialmente nas curvas.

O motor “enche” mais fácil e entrega potência e, principalmente o torque mais cedo, o que nos trechos de curva do miolo da pista, se mostrou ótimo. O motor maior que o anterior cresce mais fácil e linear, exigindo menos trocas de marcha para se conseguir um desempenho mais aceitável. Nas retas, ele ficou menos “girador”, afinal perdeu 1 mil rpm, mas isso não tira os méritos da boa aceleração e de poder esticar bem as rotações para aproveitar os 48 cv.

A posição de guiar é muito confortável. O modelo tem a típica posição de naked, com guidão elevado, pernas levemente recuadas e tronco pouco avançado sobre o tanque. Essa posição é a ideal para o uso diário, mas também atende bem quem deseja usá-na na pista, podendo atacar curvas e pendular sobre o banco com facilidade.


O novo chassi, além de manter a posição de conforto, reduziu o entre-eixos de 1.405 mm para 1.370 mm o que garante mais agilidade da motocicleta nas trocas de direção e melhor respostas nas curvas. Isso sem tornar a pilotagem desconfortável para pessoas com mais de 1,80 metro.

As suspensões tentam encontrar o meio termo entre pista e conforto para o dia a dia, mas tendem mais ao segundo. A suspensão é do tipo convencional na dianteira e monoamortecida na traseira. São 120 mm na dianteira e 130 mm na traseira.


Os freios são ideais para o uso urbano/rodoviário do modelo com discos simples de 310 mm na dianteira e 220 mm na traseira. O conjunto vem equipado com ABS que não pode ser desligado.

FICHA TÉCNICA – KAWASAKI Z400

Preço: 22.990
Motor 399 cm³, dois cilindros, 8V, gasolina
Potência (cv): 48 a 10 mil rpm
Torque (mkgf): 3,9 mkgf a 8 mil rpm
Câmbio: 6 marchas
Peso: 168 kg

PRÓS: MOTOR


Ante a Z300, a Z400 está melhor em baixas e médias rotações, sem abdicar da esportividade.

CONTRAS: PAINEL

Mais compacto que da “irmã” Ninja 400, o painel tem visibilidade difícil


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.