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Teste: Civic mais barato da linha tem seus trunfos
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Teste: Civic mais barato da linha tem seus trunfos

Versão LX é a única do Civic que custa menos de R$ 100 mil, e vem com bom pacote de equipamentos

Hairton Ponciano Voz

28 de abr, 2020 · 7 minutos de leitura.

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honda civic
Um dos poucos detalhes que denunciam a versão mais barata do Civic é a ausência das luzes de neblina
Crédito:Honda/Divulgação

Quando a linha 2020 do Honda Civic chegou, no segundo semestre do ano passado, trouxe um novo integrante, a versão LX, a mais barata do sedã. Atualmente, ela é a única das cinco versões do modelo que custa menos de R$ 100 mil, embora esteja no limite. A Honda cobra por ela R$ 99.200. A Sport, que era o Civic mais barato até então, já está em R$ 105.500. E o que esperar do Civic LX? Passamos uma semana com ele antes da reclusão por causa da pandemia, e respondemos.

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Para início de conversa, a primeira boa notícia é que visualmente o modelo não denuncia que é básico. Não gera provas contra si mesmo. A frente tem os cromados semelhantes aos das versões mais caras (EX, EXL e Touring) e as rodas de 17″ em tom cinza combinam com o formato moderno do sedã. Os faróis têm luzes diurnas de LEDs.

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Como é praxe nos carros da Honda, não há identificação da versão na carroceria. O único Civic que entrega literalmente na lata a versão é o Touring, que ostenta a inscrição “Turbo” na traseira. Seu vizinho só vai saber que você comprou o Civic mais barato se for chato o bastante para notar que não há luzes de neblina, presentes nas outras versões.

As maiores diferenças para os modelos mais caros estão no interior. Como no Civic Sport, o Civic LX tem bancos revestidos de tecido. Mas isso está longe de ser um demérito. A padronagem é de bom gosto e há uma faixa central que confere visual esportivo aos assentos. O freio eletromecânico é dotado de função brake hold. Com um simples acionamento de tecla no console central, é possível tirar o pé do freio em paradas de semáforo, por exemplo. Na saída, basta acelerar que o freio é desativado. Além disso, o ar-condicionado é digital.


Civic LX tem tela de 5″

Talvez a maior diferença esteja na central multimídia. A LX tem tela de apenas 5 polegadas insensível ao toque. Também não há compatibilidade com Apple CarPlay e Android Auto. Todos os outros Civic têm monitor de 7″ touchscreen compatíveis com as duas tecnologias.


A partida do motor é convencional (não há botão de ignição), mas a partir daí o Civic agrada tanto quanto as demais versões (com exceção da Touring). A mecânica é a mesma para todos. O motor 2.0 flexível de até 155 cv já não é a última palavra em tecnologia, mas ainda dá conta do recado, aliando bom desempenho e satisfação ao volante. O prazer à direção só não é maior porque o câmbio automático CVT tira um pouco da emoção, mas nada que desabone muito o comportamento do carro. Acelerações e retomadas de velocidade são satisfatórias.



A direção elétrica é precisa, e o volante tem comandos de som, telefonia e controlador de velocidade. A posição ao volante é a melhor da categoria. Em conjunto com tudo isso, a suspensão independente nas quatro rodas torna o ato de dirigir uma experiência muito agradável. Em relação às demais versões, a única diferença é que não há borboletas para trocas manuais de marcha.

Sedã vem bem equipado

Afora o que se vê (e o que se sente ao volante), a versão LX tem de série sistema de monitoramento de pressão dos pneus, câmera de ré, comando “um toque” para todos os vidros elétricos, seis air bags e sistema Isofix para fixação de cadeirinhas infantis, entre outros itens.


Por outro lado, não há acendimento automático de faróis (como no Sport), além de chave presencial, acionamento automático dos limpadores e saídas de ar-condicionado para o banco de trás, luxos reservados para as versões EXL e Touring. Mas pense que você está levando um Civic por menos de R$ 100 mil. E seu vizinho não precisa saber disso.

Prós e contras

Prós: Estilo
As linhas arrojadas do sedã lançado em 2016 continuam atuais. O carro agrada tanto por fora como por dentro. A dirigibilidade também é boa.

Contras: Multimídia
Versão LX tem tela de apenas 5″. Além de não ser sensível ao toque, o sistema não oferece projeção de smartphones.


Ficha técnica

Civic LX: R$ 99.200
Motor: 2.0, 4 cil., 16V, flexível
Potência (cv)*: 155 a 6.300 rpm
Torque (mkgf)*: 19,5 a 4.800 rpm
Câmbio: Automático, CVT
Comprimento: 4,64 m
Entre-eixos: 2,70 m
Porta-malas: 525 litros

*Dados com etanol; Fonte: Honda

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Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.